O Facebook disponibilizou dados de localização anónimos de utilizadores nos Estados Unidos da América para ajudar os investigadores a perceber melhor a propagação do novo coronavírus. A empresa que, além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp, utiliza a informação de cerca de 2,5 mil milhões de pessoas que usam estas plataformas para mostrar como a Covid-19 se está a propagar. A ideia é a de tentar perceber se as medidas implementadas nos EUA estão a ser eficazes.

À semelhança da Google, que lançou um projeto semelhante na passada sexta-feira, o Facebook usa dados agregados anónimos para garantir a privacidade dos utilizadores, diz a empresa em comunicado. De acordo com a rede social, vários investigadores e médicos têm pedido este tipo de dados para “responder à pandemia”.

A Google mostra através de dados de localização como estamos mais parados

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Com recurso a estes dados é possível perceber se as pessoas estão, ou não, a cumprir as medidas de isolamento social nos EUA. O Facebook, como outras plataformas digitais, recolhe dados de localização que permitem mapear movimentos da população com bastante eficácia. Além disso, com os dados que dispõe de comportamentos dos utilizadores, consegue disponibilizar informação que permite perceber a probabilidade de um utilizador estar mais ou menos suscetível de ser contagiado.

Através de um site dedicado à partilha destes dados, o Facebook mostra três opções de análise. Primeiro, com mapas de colocalização que “revelam a probabilidade que pessoas numa área entrem em contacto com pessoas noutra, ajudando a esclarecer onde os casos de Covid-19 podem aparecer a seguir”. Segundo, através de gráficos com dados por regiões que “podem fornecer informações sobre se as medidas preventivas estão a funcionar”.

Os Mapas de Prevenção de Doenças agregam informações do Facebook, e tomámos medidas adicionais para ocultar a identidade das pessoas e reduzir o risco de que alguém possa ser identificado novamente. Por exemplo, os nossos conjuntos de dados podem mostrar informações ao nível de uma cidade ou município, mas não nos padrões dos indivíduos”, garante a rede social.

A terceira opção de análise mostra um dos principais dados a que o Facebook tem acesso: quem é que conhece quem através de amizades nas redes sociais. Desta forma, a empresa disponibiliza um “índice de conexão social” que demonstra que zonas geográficas estão mais próximas de outras através de um mapa. Tudo graças às ligações digitais que as pessoas mantém com outros utilizadores.

Neste mapa o Facebook mostra que códigos postais têm pessoas mais ligação com habitantes de East Village, em Nova Iorque

Estas não são as únicas ferramentas que o Facebook está a disponibilizar nos EUA, um país que já tem 367.650 casos confirmados de pessoas infetadas com Covid-19. A partir desta terça-feira, ao abrirem a rede social, os utilizadores norte-americanos vão ser convidados a responder a um inquérito da centro de investigação Delphi da Universidade Carnegie Mellon. A empresa afirma que os dados recolhidas não vão ser utilizados pela rede social e serão apenas enviados para esta universidade. O inquérito é, contudo, opcional.

Esta iniciativa faz parte do Data for Good do Facebook, um projeto da empresa que visa disponibilizar dados agregados anónimos que as redes sociais acolhem para resolver problemas sociais. O Facebook afirma que está a trabalhar com outras entidades governamentais e não governamentais a nível global para saber como está a propagar-se o novo coronavírus.