O Grupo de Transplantados do Hospital Curry Cabral (GTHCC) enviou esta quarta-feira um apelo ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, entre outras entidades, pela manutenção dos serviços da unidade hospitalar de Lisboa reiterando que correm “risco de vida”.

“Apelamos para que o Estado Português assegure aos doentes do grupo de risco, entre eles os oncológicos e os imunodeprimidos, como os transplantados, a continuação do acompanhamento e tratamento médico necessários à sua vida, e os Centros de Referências para a área da transplantação e tratamento oncológico do Hospital Curry Cabral, que são uma mais-valia do nosso Serviço Nacional de Saúde, parte integrante do seu património, sejam integralmente preservados e a sua atividade mantida, mesmo durante uma pandemia”, refere o apelo do GTHCC.

O documento foi enviado esta quarta-feira para o Presidente da República, primeiro-ministro, ministra da Saúde, para a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, diretora da Direção-Geral da Saúde, representante dos grupos parlamentares, para a presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Transplantação e para o Bastonário da Ordem dos Médicos.

No comunicado, o Grupo de Transplantados do Hospital Curry Cabral, diz estar “perfeitamente consciente” e agradecido pelo “esforço extraordinário” e a capacidade de adaptação e reorganização a que o Serviço Nacional de Saúde está sujeito por causa da pandemia causada pelo SARS-coV-2/COVID-19, mas “acredita ser imperativo” manter o acompanhamento e tratamento dos demais doentes.

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O GTHCC refere-se aos transplantados e doentes em lista de espera para transplante e oncológicos, porque, alerta, “há pacientes cuja situação clínica não pode ficar ’em espera’, sob pena de morrerem“.

O grupo de doentes, que agrega quase três mil pessoas, recorda que a conversão do Hospital Curry Cabral (HCC) em “hospital covid” e a transferência do Centro Hepato-bilio-pancreático e da Transplantação (CHBPT) para o Hospital de Santa Marta (HSM) já foi confirmada pela Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), a que pertencem ambas as unidades hospitalares, num esclarecimento enviado à Agência Lusa, segunda-feira, “na sequência” da petição pública lançada pelo Grupo de Transplantados do Hospital Curry Cabral.

A petição pública “Pela manutenção do tratamento dos grupos de risco durante pandemia” lançada pelo GTHCC na madrugada de segunda-feira tinha no final da manhã de hoje mais de 1.900 assinaturas.

No apelo lançado esta quarta-feira, o grupo de transplantados inclui também a notícia publicada pelo jornal Público, terça-feira, que dá conta de que os médicos do Hospital Curry Cabral já manifestaram oposição à transferência dos serviços e delegaram no conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central “a total responsabilidade pelas consequências da transferência do serviço”.

A agência Lusa está a tentar contactar médicos do serviço Hepato-bilio-pancreático e da Transplantação do Hospital Curry Cabral para mais informações.