A modalidade é conhecida como Stadium Super Trucks e, basicamente, coloca em confronto directo num circuito em asfalto um tipo de veículo que nasceu para corridas em mau piso e em terra. Mas a realidade é que, apesar da dissonância entre o “artista” (o veículo) e o “palco” (a pista), o espectáculo é aliciante, pois não só os pilotos disputam cada posição ao milímetro, como os saltos e as ‘atravessadelas’ apimentam a competição.

As corridas reservadas às Super Trucks nasceram nos EUA e Canadá, tendo-se recentemente alargado à Austrália. As pick-up não tão pesadas quanto parecem, uma vez que o chassi tubular e a carroçaria em fibra permitem reduzir consideravelmente o peso do conjunto, limitado a 1300 kg.

O motor é o imponente V8 a 90º da GM, um unidade relativamente simples, para ser barata, mas ainda assim capaz de atingir 600 cv. As suspensões à frente são sofisticadas, com duplos triângulos e conjuntos mola/amortecedor reguláveis, para a traseira adoptar uma solução mais barata e robusta, com eixo rígido e um forte autoblocante. Mas nos dois eixos o destaque vai para a grande altura ao solo e um curso enorme da suspensão, não muito bons para as curvas, mas ideais para suavizar a aterragem dos violentos saltos.

Outro detalhe que explica o comportamento pouco eficaz das Super Trucks em asfalto são os pneus utilizados, mais à vontade em provas como o Dakar ou a Baja Califórnia, do que em qualquer circuito em asfalto. Daí que seja fácil ouvir no vídeo (abaixo) os pneus queixarem-se ruidosamente nas travagens mais audaciosas e nas curvas abordadas ligeiramente acima dos limites da física. Delicie-se com o vídeo para perceber como são as loucas corridas com estes monstros, vistas por dentro.

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