Um estudo esta quinta-feira divulgado alerta que a distância social de 1,5 metros recomendada pelas autoridades de saúde é insuficiente para impedir o contágio por Covid-19 e que essa distância deve ser de pelo menos quatro metros.

Os valores aconselhados no estudo realizado por investigadores e engenheiros especializados em dinâmica de fluidos, das universidades de Leuven, na Bélgica, e Eindhoven, na Holanda, assentam em simulações da forma como as partículas de saliva se soltam quando as pessoas estão paradas, a andar, a correr ou a andar de bicicleta.

“Se alguém exala, tosse ou espirra enquanto caminha, corre ou anda de bicicleta, a maioria das micropartículas permanece numa corrente de ar atrás dessa pessoa, o que faz com que outra pessoa que venha atrás dela se mova através dessa nuvem de micropartículas”, explica Bert Blocken, professor de engenharia civil nas duas universidades.

O estudo constatou que a distância recomendada de 1,5 metros é “muito eficaz” para aqueles que ficam em ambientes fechados ou ao ar livre com bom tempo, mas que é insuficiente para situações em que as pessoas estão a caminhar ou a praticar desporto.

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O estudo revela ainda que o risco é maior quando uma pessoa está atrás da outra e é reduzido se se estiver a andar ou a correr lado a lado ou em formação diagonal.

Ainda assim, os especialistas aconselham que perante os cálculos realizados, seja mantida uma distância de quatro ou cinco metros ao andar atrás de outra pessoa, dez metros ao correr ou andar de bicicleta devagar e de pelo menos vinte metros ao andar rápido.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 0h de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.