O relatório da Comissão Europeia foi divulgado na quarta-feira e o eurodeputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, não gostou dos reparos feitos por Bruxelas em plena crise da pandemia e fez saber isso mesmo em publicações no Facebook e Twitter. “Já estão a construir a narrativa. Os factos não interessam nada”, escreveu o eurodeputado antes de se referir aos responsáveis da CE como “animais”.
Não interessa que a dívida tenha aumentado 31pp quando estes animais estiveram cá e que tenha diminuído 10pp quando a Geringonça desfez as parvoíces deles”, escreveu.
Em causa estão os relatórios dos avaliadores oficiais da Comissão Europeia que apontaram, no estudo sobre a 11.ª missão de avaliação do credor ao pós-programa de ajustamento de Portugal, quatro áreas em que o país já estava fragilizado, mesmo antes da influência e dos efeitos para a economia da chegada da pandemia da Covid-19: salários da função pública; pensões; despesa com saúde e, finalmente, os riscos para a estabilidade financeira — com especial enfoque para os novos créditos para compra de casa e consumo.
Contactado pelo Observador, o eurodeputado não quis fazer qualquer comentário ao post que, minutos depois de ser publicado, era alterado no Facebook, substituindo-se a expressão “estes animais” por “esta gente”. José Gusmão explicou o motivo dessa alteração no Twitter: “Um ativista dos direitos dos animais chamou a minha atenção para o uso depreciativo da palavra “animais”. Desde já me penitencio. Não volta a acontecer…”, ironiza o eurodeputado.
"Independentemente das medidas relativas ao covid-19, existiam pressões do lado da despesa orçamental, em particular nas remunerações dos trabalhadores públicos, bem como na despesa com pensões e saúde"
E assim começa. Em plena pandemia.https://t.co/2t1bv4IJT7
— José Gusmão (@joseggusmao) April 9, 2020