A região Norte continua a ser, das sete regiões do país — Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira —, de longe a mais afetada em Portugal pela pandemia do novo coronavírus. Ao todo, estão concentrados na região Norte mais de metade (58%) dos casos em todo o país, de acordo com o boletim divulgado esta sexta-feira pela Direção Geral de Saúde.

A segunda região mais afetada, a de Lisboa e Vale do Tejo, tem menos 5.445 casos de infeção confirmada do que a região Norte — uma diferença muito grande, que só por si equivale a mais de um terço das infeções em todo o território nacional.

Ao todo, há 8.897 casos de infeção confirmada no Norte do país. Em Lisboa e Vale do Tejo há 3.821 casos, na região Centro há 2.187, no Algarve 279, no Alentejo são 125, nos Açores 94 e na Madeira 59.

1 em cada 10 nos concelhos do Porto e Vila Nova de Gaia

O concelho com mais casos confirmados, segundo o boletim desta sexta-feira, é Lisboa, com 851 (mais 54 detetados esta quinta-feira). Porém, só nos concelhos do Porto, com 840 (mais 64 registados), e Vila Nova de Gaia, com 710 (mais 79), estão uma em cada dez pessoas infetadas em todo o país. Nos dois concelhos estão assim 10% do total de infetados, quase o dobro dos infetados do país que pertencem ao concelho de Lisboa (5,5%).

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Os outros concelhos mais afetados além de Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia revelam bem a predominância da infeção na região Norte: são eles Gondomar (629, com 4,6% dos infetados no país), Braga (546, 3,5% da totalidade de infeções em território nacional), Maia (543, 3,5% dos infetados portugueses), Matosinhos (444, 2,9% do país mas com um aumento exponencial de 39% em 24 horas) e Valongo (429, 2,8%).

Face ao dia anterior, a região Norte registou um aumento de casos de 9,8%, a região Centro registou um aumento de casos de 15%, a região de Lisboa e Vale do Tejo teve um aumento de 10,7%, o Alentejo teve um crescimento exponencial de 33% e o Algarve foi a região de Portugal continental com um aumento de casos percentualmente menor do boletim de quinta-feira para os dados anunciados 24h depois: o aumento foi de 7,3%.

Nos Açores, o número de casos subiu 3,2% nas últimas 24 horas — passou de 91 para 94 — e na Madeira registou-se um aumento percentual maior, de 11,3%, no mesmo período: há agora 59 casos na Região Autónoma na Madeira, quando 24 horas estavam contabilizados 53.

O pior dia em novos casos

Depois de três dias com aumentos de casos confirmados de infeção no país na ordem dos 6% — e depois de um dia anterior que tinha registado uma subida de 6,2% —, o ritmo de crescimento do registo oficial de propagação da pandemia subiu significativamente esta sexta-feira.

Os dados revelados pela DGS, referentes aos registados detetados até à meia-noite anterior, apontam para mais 1.516 infeções. Não só é um aumento percentual de 10,9% que “descolou” em percentagem dos registos dos dias anteriores, a rondar os 6%, como em termos absolutos é o maior número de infeções detetadas em 24h em Portugal. Nunca tinham sido detetados tantos casos novos em Portugal e só por uma vez e há quase duas semanas, a 31 de março, o número de infeções registadas em 24h tinha superado o milhar (1.035).

Mais 26 mortos, 19 com mais de 80 anos

O número de óbitos também aumentou, como tem acontecido diariamente (e invariavelmente), mas a subida não acompanhou o ritmo da subida de deteção de infeções: foi mais reduzida, de 6,4%. Ao todo, há registo de mais 26 mortes face às 409 contabilizadas no dia anterior. São agora 435 as vítimas mortais no país, entre pacientes infetados com o novo coronavírus.

Relativamente à faixa etária das vítimas mortais em Portugal, continua a não haver mortes em pessoas infetadas com menos de 40 anos. Já na faixa etária dos 40 aos 49, não houve registo de novas vítimas mortais: mantêm-se as quatro anteriormente contabilizadas, de acordo com o boletim da Direção Geral de Saúde.

Registam-se, no entanto, mais duas vítimas mortais com idade entre 50 e 59 anos, ambas do sexo masculino — eram dez (oito homens e duas mulheres), são agora 12. Na faixa etária dos 60 aos 69 anos, há registo de mais uma vítima mortal, do sexo masculino, aumentando o número de vítimas nestas idades para 43. Entre 70 e 79, há registo de mais três vítimas mortais do sexo masculino (passam de 54 a 57) e mais uma do sexo feminino (sobe de 34 para 35).

Em Portugal é sobretudo na faixa etária dos infetados com mais de 80 anos que a mortalidade dispara. A tendência mantém-se nas últimas horas: são agora 284 as vítimas mortais com mais de 80 anos e 19 destes óbitos foram registados esta quinta-feira.

Um pouco mais de metade (53%) das vítimas mortais têm portanto mais de 80 anos e 86% das vítimas mortais têm 70 anos ou mais. Já sobre o sexo das vítimas mortais, 232 das 435 (53,3%) são homens e 203 (46,7%) são mulheres. Houve poucas alterações face à distribuição de vítimas mortais por sexo registadas no dia anterior.

Boas notícias nos internamentos: queda nos cuidados intensivos

Se relativamente ao número de infeções detetadas pelas autoridades os dados de esta sexta-feira de Páscoa, referentes à véspera, denotam um crescimento ou pelo menos deteção maior da propagação da pandemia em Portugal, as boas notícias ficam para o número de hospitalizações por Covid-19.

O boletim da DGS de esta sexta-feira permite perceber que ao longo de quinta-feira, o número de hospitalizações teve um aumento reduzido: há 24 horas o número de pessoas internadas pela doença era 1.173 e subiu para 1.179 (acréscimo de seis pacientes). Já nos cuidados intensivos estavam 241 pessoas, estão agora menos: 226.

Tal como no caso da mortalidade, o crescimento mais acentuado do número de casos confirmados de infeção não foi assim acompanhado por um crescimento mais acentuado do número de pessoas quer internadas (aumento de 0,5%) quer no número de pacientes em cuidados intensivos (desceu inclusivamente).

Também houve alterações em outros indicadores: esta quinta-feira havia registo de 3.801 pessoas à espera de resultados laboratoriais (resultado de testes), o número subiu para 4.509. Também os contactos [de infetados] em vigilância pelas autoridades de saúde aumentaram: de 24.708 para 25.914 pessoas.