O PCP/Açores questionou este sexta-feira o Governo Regional sobre o contrato do navio Malena, fretado em janeiro por um período inicial de três meses, responsável por abastecer as Flores após a destruição causada pelo furacão Lorenzo.

“Quando termina o contrato referente ao fretamento do navio Malena? Se esse fretamento já terminou, será o contrato prorrogado? Se sim, por quanto tempo e quais os custos dessa renovação? Ponderou o Governo Regional outras opções de embarcação?”, questiona o PCP, no requerimento assinado pelo deputado único do partido na Assembleia Regional dos Açores, João Paulo Corvelo.

A passagem do furacão Lorenzo no início de outubro do ano passado causou a destruição do porto das Lajes das Flores, responsável pelo abastecimento às ilhas do grupo ocidental do arquipélago.

Após a recuperação de uma parte do porto, foi possível garantir a operação de embarcações de tráfego local, que ficaram responsáveis pelo transporte de bens e mercadorias para a ilha.

Contudo, devido ao mau tempo e à instabilidade de porto, as embarcações de tráfego local não conseguiram atracar na ilha, que ficou perto de um mês sem abastecimento por via marítima.

Para solucionar a falta de abastecimento, o Governo Regional fretou a embarcação Malena, que começou a operar em 14 de janeiro, tendo sido anunciado nessa altura que o contrato do Malena teria a duração inicial de três meses, que poderiam ser prorrogáveis por iguais períodos até um máximo de 18 meses.

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O PCP diz presumir que os “três meses inicias” após o fretamento do navio se “estejam a esgotar” ou já se “tenham esgotado”, frisando ser “fundamental” assegurar o abastecimento “regular” às Flores.

“A representação parlamentar do PCP considera ser fundamental continuar a ser assegurado o serviço regular de transporte marítimo de bens e mercadorias para as ilhas das Flores e do Corvo, nomeadamente bens de consumo e combustíveis”, assinala a nota dos comunistas.

O PCP criticou a ausência de “qualquer comunicação pública” da secretária dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, sobre a matéria.

“Esta representação parlamentar manifestar o seu profundo desassossego por ainda não ser do conhecimento público que serviço (e também qual a embarcação) prestará o serviço de abastecimento de mercadorias e bens às ilhas do grupo ocidental”, é dito.

No documento, João Paulo Corvelo solicitou ainda a disponibilização de uma cópia do contrato estabelecido entre o Governo Regional e a empresa que fretou o navio Malena.

“A ilha das Flores não pode voltar 30 anos atrás e ficar incapacitada de regularmente exportar e importar bens e mercadorias, o que traria terríveis implicações na sua dinâmica económica, em especial nas empresas de comércio e venda a retalho”, releva o PCP.

Durante a passagem do Lorenzo pelos Açores foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas, num total de cerca de 330 milhões de euros de prejuízo, sendo 85% deste valor assumido pelo Governo nacional.