É a forma de lidarem com o stress, o cansaço e a perda. Os profissionais de saúde nos Estados Unidos estão a dançar no local de trabalho para descomprimir da luta contra a Covid-19. No Instagram ou no Tik Tok, são centenas os vídeos de médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, entre outros, a aderir a desafios de dança — uns mais sincronizados do que outros, mas com a boa intenção de trazer “um sorriso ou uma gargalhada” a quem os vê.
É disso exemplo Jason Campbell, um médico do estado do Oregon, que tem já dezenas de vídeos na sua conta de Tik Tok, gravados após turnos de 10 a 12 horas, segundo contou à CNN. “Os vídeos não pretendem diminuir a gravidade do vírus”, explica. “É suposto que sejam um pequeno lembrete dos tempos mais simples e que ponham as pessoas a sorrir ou a dar gargalhadas”, acrescenta. Para alguns, arrisca, pode ser “o único sorriso que tiveram durante o dia”.
Num outro vídeo, os profissionais brincam com os ‘efeitos’ das várias “refeições doadas” aos hospitais durante a pandemia:
Na Filadélfia, é a música “Level Up” de Ciara que dá o ritmo à equipa de enfermeiros do Thomas Jefferson University Hospital. “Traz-nos alegria“, diz Jeffrey Salvatore à CNN, acrescentando que a equipa ouve a música várias vezes ao dia para ficar motivada. “Ilumina-nos o espírito enquanto estamos a testar [pacientes] ao frio e à chuva”. O enfermeiro não esconde que “todos enfrentamos os mesmos medos. Temos medo de contrair o vírus e levá-lo para casa, para as nossas famílias”, afirma.
Mas Jeffrey Salvatore ressalva que os vídeos não são publicados “antes do nosso trabalho”. “Os pacientes são a nossa prioridade”. E garante que nenhum material médico é desperdiçado quando a dança é gravada.
O vídeo foi republicado pela própria Ciara que se diz “agradecida” a cada um dos profissionais de saúde pelo trabalhado “duro” e o “sacrifício” diário. E termina com a Hashtag #WereInThisTogether [Estamos nisto juntos].
Num outro vídeo, a equipa partilha as experiências durante o combate à Covid-19 num centro de testes. “Há muitas emoções”, “muitos estão ansiosos, é normal”, “há muita ansiedade quando pensamos que podemos levar o vírus para casa”, “é muito stressante”, “estamos todos assustados, mas sabemos que há muitos outros que também o estão e queremos ser as caras que eles encontram aqui que lhes trazem tranquilidade”, dizem vários profissionais de saúde. “Por favor, fiquem em casa”, pede uma das enfermeiras.
E é assim que se mantêm quentes, em dias frios, e em forma.
Ciara republicou um outro vídeo, desta vez com a participação de pacientes. “Estes vídeos estão a fazer-me chorar lágrimas de felicidade. O caminho para encontrar a alegria na tempestade”, escreve.
Já Brighton Peachey trabalha nas urgências de um hospital em Salt Lake City, no Utah, e numa “pausa no combate” decidiu mostrar a coordenação. “Estou muito grata por ter os melhores colegas. Tem sido incrível ver todos a trabalhar em conjunto e ver quão rapidamente responderam e implementaram novos procedimentos para lidarmos com esta crise de saúde pública”.
Outros preparam uma saída em grande, para quando o combate ao coronavírus terminar.