O número de contágios pelo novo coronavírus aumentou nas 24 horas até à meia-noite de sábado ao ritmo percentual mais baixo desta crise, depois da aceleração súbita registada no boletim divulgado na sexta-feira – um reflexo dos “desfasamentos” e “flutuações” que são normais nestes dados que incluem trabalho laboratorial e médico, garantiu a ministra da Saúde. Ao aumento de cerca de 11% de sexta-feira, seguiu-se este sábado um crescimento percentual de 3,3%: o que representa, ainda assim, 515 novos casos.

Este é um dos destaques principais do boletim divulgado este sábado pela Direção-Geral de Saúde. Um boletim que, além dos 15.987 casos confirmados, deu conta de 470 mortes, mais 35 do que na véspera (incluindo quatro pessoas com menos de 60 anos). Foi o segundo pior dia no que diz respeito a mortes registadas com esta infeção.

Do lado das boas notícias, 266 recuperados e uma descida do número de pessoas hospitalizadas: 1.175 doentes internados, menos quatro do que na véspera (embora os pacientes em cuidados intensivos sejam 233, mais sete). Eis os principais detalhes do boletim divulgado este sábado, 11 de abril.

Filomena Martins: “Segundo pior dia de sempre no número de mortes”

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Número total de casos, mortes e recuperados

Aumentou o número de confirmações totais, até à meia-noite de sábado, para 15.987, o que corresponde a uma subida de 515 casos. Em termos percentuais, é o aumento menor do que há registo, desde que a pandemia chegou a Portugal: 3,3%. Mas este dado tem de ser visto à luz do aumento de quase 11% registado na véspera, que correspondia a mais de 1.500 novas confirmações.

Ou seja, nas 48 horas até à meia-noite deste sábado houve um ritmo médio de confirmações a rondar as 1.000 por dia.

As 35 novas mortes, nas 24 horas até ao início deste sábado, são, porém, o segundo pior registo de sempre, igualando o número de óbitos que se registou no boletim divulgado a 8 de abril, quarta-feira. Pior do que estes só as 37 vítimas mortais da sexta-feira 3 de abril.

Já morreram 470 pessoas com Covid-19 em Portugal, segundo estes dados da DGS.

Pelo contrário, já 266 casos foram enunciados como “recuperados”, mais 33 do que na véspera, uma contabilização que acelerou nos últimos dias à medida que os doentes tiveram tempo para debelar a infeção e ter testes negativos que comprovem a recuperação. No início desta semana (6 de abril) havia apenas 75 confirmações.

Caracterização dos óbitos

Quatro das 35 novas mortes que ocorreram foram de pessoas com menos de 60 anos, mais especificamente na faixa etária dos 50-59 anos.

Abaixo dessa faixa etária, mantêm-se as mesmas quatro mortes de pessoas com entre 40 e 49 anos, não havendo novos óbitos nessa faixa etária nos últimos dias.

Entre os restantes novos óbitos, oito tinham entre 70 e 79 anos e cinco tinham entre 60 e 69. Com mais de 80 anos houve mais 10 óbitos, elevando o total para 284 vítimas nessa faixa etária.

A taxa de letalidade associada à Covid-19 está nos 2,9%, mas subiu para os 10,6% nas pessoas com mais de 70 anos, disse a ministra da Saúde.

Caracterização do número de casos por região

Houve um aumento marginal das confirmações na zona de Lisboa de Vale do Tejo, de 3.821 para 3.834 – não chega a ser suficiente para arrendondar para 1%.

Porém, na zona centro deu-se um aumento de 6% (130 novos casos) e no norte houve mais 367 infeções confirmadas, o que corresponde a um crescimento a rondar os 4%.

No Algarve mantiveram-se os 279 casos confirmados e no Alentejo houve mais cinco pessoas com infeção por Covid-19 diagnosticada. Também não houve alterações nos Açores (94) e na Madeira (59).

Número de casos por grupo etário

Nas faixas etárias onde a taxa de mortalidade está acima de 10%, como assinalou a ministra Marta Temido, já houve um total de infeções confirmadas por Covid-19 que ascende aos 3.793.

Deste número total, já se contam 402 vítimas mortais, ou seja, mais de 85% do total de mortes registadas foram de pessoas com 70 anos ou mais.

Aumentou para 680 o número de crianças ou jovens com até 19 anos de idade, mais 35 casos do que aqueles que tinham sido reportados até à véspera. A maior concentração de casos mantém-se entre os 40 e os 59 anos, onde foram confirmados 5.609 casos positivos, cerca de 35% dos 15.987 globais no país.

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Uma boa notícia: baixou o número total de pessoas internadas em hospital de 1.179 para 1.175 – o que, embora tenha de ter em conta os óbitos ocorridos, sinaliza ainda assim um número menor de casos que evoluem de forma a obrigar a cuidados hospitalares.

Porém, o número de internados em cuidados intensivos aumentou de 226 para 233, o que indica que apesar de a maior parte (ou todos) os óbitos ocorrerem em pessoas que estavam na unidade de cuidados intensivos (subtraindo ao número total), continua a haver um número considerável de pessoas que, a cada dia, estão no hospital e acabam por ver a sua condição agravar-se ao ponto de necessitarem de cuidados intensivos.

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Houve uma descida de mais de 500 pessoas que estão a aguardar resultado laboratorial. Eram 4.509 na véspera e esse número baixou para 3.961 até à meia-noite deste sábado (menos 12%).

Já foi possível, também, despistar mais de 110 mil casos, um aumento de 7% face aos cerca de 103.500 do dia anterior. Os contactos em vigilância pelas autoridades de saúde registaram mais uma descida, de 22.432 para 25.914 (menos 2%, aproximadamente).

Número de casos por concelho

Lisboa continua a ser o concelho com mais casos: 867, mais 16 do que apresentado no boletim da véspera. Porto (852), Vila Nova de Gaia (758), Gondomar (646) e Matosinhos (643) são os concelhos que se seguem.

Além destes, existem já oito outros concelhos com mais de duas centenas de casos positivos: Santa Maria da Feira (265), Coimbra (265), Ovar (403), Sintra (374), Braga (579), Valongo (464), Maia (565), Cascais (251) .

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

A tosse ganhou maior prevalência entre os sintomas manifestados pela pessoas infetadas, surgindo em 56% dos casos. O outro sintoma muito relevante é a febre, com 42% – números que têm por base a informação reportada relativa a sintomas em 78% dos casos confirmados.

Os profissionais de saúde estão, também, a registar que os pacientes se queixam de dores musculares (29%) e cefaleias (26%). Fraqueza generalizada (23%) e dificuldades respiratórias (17%) são os sintomas com menor taxa de incidência.

Mais 515 casos, 35 vítimas mortais e 33 recuperados em 24 horas em Portugal