O volume de negócios da empresa de produtos alimentares congelados Frijobel, sediada em Penela, no distrito de Coimbra, e onde trabalham 205 pessoas, desceu nas últimas duas semanas mais de 40% devido à pandemia de covid-19.

“No mercado português temos cerca de 6.000 clientes e alguns milhares estão fechados, nomeadamente na restauração”, justificou à agência Lusa o diretor executivo da firma, Paulo Júlio.

Fundada em 1988, a Frijobel é uma empresa que se dedica ao processamento de pescado e à comercialização de produtos alimentares congelados, desde o peixe, marisco, pré-cozinhados, legumes e sobremesas, empregando atualmente 205 trabalhadores.

O responsável salienta que “em termos da grande distribuição, as encomendas também se têm mantido num volume regular, mas o impacto maior tem a ver com os milhares de restaurantes fechados em todo o país”, numa rede comercial que vai do Minho ao Alentejo.

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Apesar do decréscimo no mercado nacional, que representa mais de 85% da faturação, a empresa vai mantendo o volume de exportação, sobretudo para França e Suíça, que são os seus principais mercados, assentes em cadeias de pequenos e médios supermercados.

Além de França e Suíça, a empresa opere ainda em cerca 20 mercados diferentes, desde Estados Unidos, Canadá ou Luxemburgo, Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Itália.

Segundo Paulo Júlio, “o impacto na exportação é quase nulo”, notando-se apenas alguma “expetativa” nas encomendas para os Estados Unidos da América, que regista o maior número de casos e de mortes provocadas pela pandemia de covid-19.

“Agora há que ir olhando para a estabilização dos números e tomando algumas medidas”, frisa Paulo Júlio, salientando que “a retoma vai ser progressiva” e que o ano de 2020, “para o qual tinha uma projeção de crescimento na ordem dos 20%, está altamente condicionado”.

Os dados da primeira quinzena de março, acrescenta, “faziam adivinhar que íamos ter o melhor mês de vendas de sempre”.

Para Paulo Júlio, “se as coisas correrem bem, há que começar a planear o próximo ano e minorar agora os prejuízos e ir normalizando a própria estrutura da empresa, em função daquilo que for acontecendo nos próximos meses”

Em 2019, o volume de negócios da empresa cresceu acima dos 10%, ficando muito próximo dos 50 milhões de euros.

Portugal regista hoje 504 mortos associados à covid-19, mais 34 do que no sábado, e 16.585 infetados (mais 598), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).