Chama-se “Ferramenta de Apoio à Decisão Covid-19” e foi criada pelo NHS, o serviço nacional de saúde no Reino Unido, numa tentativa de evitar o colapso dos hospitais. Alguns médicos já estarão na posse das tabelas que vão ter de passar a utilizar para decidir que doentes podem ou não ser internados nas unidades de cuidados intensivos.

A notícia está a ser avançada pelo Financial Times (conteúdo fechado) este domingo, dia em que o número de mortes registadas em hospitais ultrapassou a fasquia dos 10 mil e a de infeções quase chegou às 85 mil  — o que fez com que os modelos matemáticos tenham passado a prever o pico da pandemia para as próximas duas semanas.

Todos os pacientes com Covid-19 que tenham mais de oito pontos no total da avaliação, não deverão ser internados em unidades como aquela onde o primeiro-ministro Boris Johnson esteve durante parte da semana que passou, nem ligados a ventiladores. Ainda assim, ressalva o jornal, não obstante a aritmética, a palavra final terá sempre de ser dada pelos médicos.

“O sistema de classificação é apenas um guia, tomamos a decisão tendo em conta uma série de informação sobre o estado do paciente no momento — como oxigenação, função renal, ritmo cardíaco, pressão arterial — e tudo isso conta no final”, disse ao jornal um médico do NHS, neste momento na linha da frente do combate à doença. Tanto em Itália como em Espanha, os profissionais de saúde já foram também obrigados a escolher entre doentes.

Segundo o “guia”, explica o Financial Times, as três variáveis a ter em conta pelos médicos são idade, fragilidade e doenças associadas. Também de acordo com o documento, qualquer paciente acima dos 70 anos já estará no limite para ser admitido em UCI, sendo que para os casos de pacientes entre os 71 e os 75 anos a pontuação prevista para a idade é 4, a que se deve juntar um 3 na categoria fragilidade.

Quaisquer condições associadas, como demência, doenças cardíacas ou pulmonares recentes, ou hipertensão “valem” mais 2 pontos. O resultado final, contabiliza o jornal, dá direito a cuidados de saúde e internamento com ventilação não invasiva, mas não aos necessários cuidados intensivos.

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