Um total de dez ministros britânicos estará a fazer pressão para que as medidas de confinamento no Reino Unido comecem a ser levantadas no início de maio, depois de o responsável pela pasta das Finanças, Rishi Sunak, ter apontado para a possibilidade de a economia cair entre 25 a 30% no segundo trimestre do ano.

A notícia é do The Times desta segunda-feira, que dá conta não só de alguma ansiedade dentro do conselho de ministros — liderado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, em substituição de Boris Johnson, que recupera depois de ter tido alta hospitalar este domingo — como também de uma previsão mais negativa para a economia do que as anteriores. Até aqui, as previsões apontavam para uma queda entre os 14% e os 24% da economia no mesmo período.

“As pessoas seguiram ao máximo as ordens para ficarem em casa. As empresas fecharam, as escolas fecharam. Isto foi tudo além do que os modelos previram”, disse um ministro àquele jornal. “É importante que não acabemos por causar mais danos com o confinamento. Estamos perante mais três semanas de confinamento e depois podemos começar a relaxá-lo.”

A ordem de confinamento no Reino Unido foi dada a 23 de março — uma data tardia, quando comparado com a maioria dos países europeus, como foi Itália (9 de março), Espanha (14 de março) ou Portugal (18 de março).

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A medida foi tomada depois de uma mudança de ideias do governo liderado por Boris Johnson — que inicialmente optou pela estratégia da imunidade de grupo mas da qual acabou por desistir, perante um estudo do Imperial College que previa daquela forma menos 250 mil mortes até agosto.

Neste momento, o Reino Unido é o 6º país com mais casos (84.279) e o 5º com mais mortes (10.621).

Porque é que o Reino Unido mudou de estratégia? Resposta: os números do atual modelo assustaram