A cidade japonesa de Osaka está a fazer um apelo urgente aos seus cidadãos para que estes ofereçam as suas capas de chuva em plástico aos hospitais, isto para que os profissionais de saúde possam ter equipamentos de proteção na batalha contra o novo coronavírus. Há relatos de médicos que já recorrem a sacos de lixo como alternativa, dada a crescente escassez dos chamados Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Na semana passada, o Japão impôs o Estado de Emergência na cidade de Tóquio e em outras seis áreas, incluindo Osaka. Contudo, o número de casos continuou a aumentar e neste momento há registo de 8.200 infetados e 166 mortos pela Covid-19. Esta quarta-feira, em Osaka, existiam quase 900 infetados, número que faz da cidade a segunda mais infetada do país a seguir a Tóquio.

Este apelo desesperado procura preencher a lacuna no fornecimento de EPI aos hospitais de Osaka e surge no site da cidade. Nele pedem-se capas de chuva de qualquer estilo ou cor, até ponchos, tudo desde que em tamanho de adulto.

Como o Japão “controlou” o surto durante meses, mas deixou que casos triplicassem nas duas últimas semanas

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

IchiroMatsui, presidente da câmara de Osaka, afirmou que os stocks de material de proteção nos hospitais estavam a ficar “perigosamente” curtos, explica o The Guardian. Apesar de este apelo ter surgido há pouco mais de um dia, profissionais de saúde japoneses estão há várias semanas a alertar que o sistema médico poderá em breve ser levado ao limite. Enfermeiras chegaram a dizer à Reuters que não tinham a certeza de que os seus hospitais tivessem EPIs suficiente. Em Tóquio houve relatos de médicos e enfermeiros a serem aconselhados a reutilizar máscaras.

O ministro da Saúde, Katsunobu Kato, reuniu-se com vários líderes do setor na semana passada para os pressionar a aumentar a produção de máscaras e outros equipamentos médicos importantes.

Este retrato surge na mesma altura em que os cidadãos japoneses começaram a receber as primeiras máscaras reutilizáveis de pano que o primeiro-ministro Shinzo Abe tinha prometido enviar a todos os domicílios do Japão, plano que foi alvo de várias críticas através das redes sociais por ser visto como um desperdício de dinheiro.