A Ordem dos Médicos criou o Prémio de Investigação Maria de Sousa, cuja primeira edição está prevista para 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, numa homenagem à imunologista que morreu de Covid-19 na terça-feira.
Num comunicado esta quarta-feira divulgado, a Ordem dos Médicos (OM) diz que desta forma pretende homenagear uma “investigadora por excelência” e defende que a escolha da do Dia Nacional da Cultura Científica pretende “enaltecer as várias dimensões a que Maria de Sousa dedicou a sua vida, conseguindo aliar a vertente científica que mais a celebrizou a uma enorme cultura e humanismo”.
O bastonário Miguel Guimarães recorda no comunicado que a imunologista “catapultou a ciência, a medicina e a investigação portuguesa além-fronteiras para patamares de excelência, sem nunca deixar de colaborar no desenvolvimento de instituições em Portugal, como por exemplo a Universidade do Porto, o que foi justamente reconhecido em vários prémios e distinções, de caráter nacional e internacional”.
“O legado de Maria de Sousa, nomeadamente pelo exemplo de dedicação, rigor e capacidade de aliar a investigação científica à prática clínica, perdurará e continuará a ser um farol nas nossas vidas profissionais”, afirma.
Miguel Guimarães explica que, com este prémio, a OM pretende “dar também um sinal positivo a todos os médicos que dedicam a sua vida à investigação ou que a conciliam com a atividade clínica, contribuindo para mudanças no dia-a-dia que melhoram a qualidade da medicina e os cuidados dos doentes”.
“Estamos num ano especialmente desafiante, em que as nossas vidas foram profundamente abaladas, mas estamos certos e seguros de que a medicina pode e deve continuar a fazer o seu caminho lado a lado com a ciência e queremos com esta homenagem ser agentes ativos nesse percurso”, conclui.
A cientista, escritora e professora universitária Maria de Sousa, que morreu na madrugada de terça-feira no Hospital de São José, em Lisboa, vítima da infeção pelo novo coronavírus, lecionou em Inglaterra, Escócia e Estados Unidos, depois de ter saído de Portugal ainda durante o Estado Novo, em 1964.