Sempre que se fala em desportivos, a nossa mente divaga rumo aos Ferrari, Lamborghini e McLaren. Mas a verdade é que há desportivos muito mais acessíveis e com dimensões compactas, para serem mais ágeis, mas com espaço de sobra para transportar a família. Um bom exemplo disso é o Cupra Ateca, que na versão especial Limited Edition surge ainda mais refinado, mas sempre com um motor a gasolina com 300 cv acoplado a uma rápida caixa de dupla embraiagem. Importante é ainda o seu sistema inteligente 4×4, denominado 4Drive, que altera a atitude do SUV entre o mais desportivo e o mais calmo, se o condutor recorrer a um dos seis modos de condução disponíveis.

Para melhor o conhecer enquanto desportivo, fomos desafiados a testá-lo numa pista de gelo, de forma a podermos nos aperceber como funciona mesmo em condições extremamente desfavoráveis, onde a aderência é mínima – sobre gelo e sem pneus de pregos –, tendo de recorrer à tecnologia ao serviço do motor e do sistema de transmissão para obrigar o modelo a desenhar os “S” em redor dos pinos, ou percorrer as curvas mais longas e lentas sem bater nos muros de neve. Depois de vermos o que Cupra Ateca exige a um condutor normal, tivemos oportunidade de testemunhar como o piloto da marca, Jordi Gené, fazia o SUV de 300 cv dançar na escorregadia pista, sem nunca perder o controlo.

8 fotos

O Ateca da Cupra monta o motor de quatro cilindros sobrealimentado que desenvolve 300 cv, o que lhe permite atingir 247 km/h e ir de 0-100 km/h em 4,9 segundos, com este SUV familiar a ser mais rápido do que desportivos de dois lugares, como o Porsche 718 Cayman (5,3 seg). A caixa de velocidades é uma automática de dupla embraiagem e sete velocidades, com embraiagem húmida para ser mais suave e progressiva, privilegiando assim o conforto, dado que o Cupra Ateca é também um modelo para a família.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O sistema 4Drive de tracção integral do Ateca é do tipo 4×4 permanente, que distribui a potência para o eixo traseiro apenas quando há perdas de tracção, para assim diminuir o consumo. Mas, à medida que o condutor testa os seis modos de condução disponíveis, do Normal, mais calmo, ao Cupra, mais desportivo, passando pelo Sport, Individual, Snow e Off-Road, o SUV da Cupra muda radicalmente de comportamento. Tudo porque uma embraiagem multidisco hidráulica (colocada no eixo traseiro para optimizar a distribuição de massas), controlada electronicamente, desloca mais ou menos potência para trás, consoante se pretenda um comportamento mais ágil e desportivo ou mais previsível e eficiente.

O motor 2.0 TSI, apesar dos seus 300 cv, entrega a potência de forma suave, com mais força a baixo regime do que seria de esperar, no que é ajudado pelo reduzido peso do modelo. Em modo Cupra, bastou pressionar o acelerador com doçura para que o SUV espanhol descrevesse os “S” a subir, inscrevendo o eixo da frente na trajectória, operação facilitada porque a potência ajudava a soltar a traseira, mas sem exageros. Na longa curva no topo do traçado tornava-se evidente que o sistema 4Drive procurava distribuir a potência pelos dois eixos, de forma a descrever a curva de forma mais rápida possível.

Na descida, a condução do Cupra Ateca tornava-se um exercício de equilibrismo, usando o acelerador para optimizar o comportamento, mas também os travões para controlar a velocidade, pois o mínimo exagero levar-nos-ia a derrubar os cones que marcavam o traçado. Menos mal que a Limited Edition do Ateca contava com os discos maiores e perfurados da Brembo à frente, em conjunto com as pinças de quatro pistões, que sempre se revelaram fáceis de dosear, mesmo com temperaturas muito baixas e a velocidades reduzidas.

Depois das nossas tentativas mais ou menos atabalhoadas, mas a dar grande gozo, Jorge Gené explicou-nos como procede um piloto profissional nas mesmas condições. A música é outra e a qualidade da dança também, como é possível confirmar no vídeo.