A minha mulher odeia que eu trabalhe em casa“. A frase é do artista Banksy, conhecido por manter o anonimato, que partilhou na última quarta-feira, no Instagram, a sua primeira obra de arte doméstica em tempos de pandemia Covid-19. O local escolhido para a obra de arte foi a casa de banho, num trabalho revelado por Banksy através de uma sequência de cinco fotografias que mostram ratos a rodar no papel higiénico, no sabonete das mãos, no espelho, a urinar para a tampa da sanita ou a segurarem-se num suporte para tolhas enquanto pressionam a pasta de dentes.

Embora a interpretação da obra seja subjetiva, os ratos representam uma praga, já que foram eles os portadores da peste negra que atingiu o mundo no século XIV. O mundo sofreu nessa altura uma pandemia global, como agora sofre com a Covid-19, mas muito mais mortífera. Além disso, os ratos desta obra — semelhantes a outros presentes anteriormente na arte de Banksy — ocupam espaços que antes estavam destinados aos humanos. Simbolicamente, a pandemia ocupa o espaço que antes era destinado a humanos.

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. . My wife hates it when I work from home.

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Esta obra de arte, lembra o The Guardian, é a primeira peça de Banksy desde que tinha feito uma obra de rua em Bristol, em fevereiro, numa data próxima do dia de São Valentim, mas que acabou vandalizada.

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Banksy continua sem revelar a sua identidade. Em outubro de 2019 uma obra sua que mostrava chimpanzés no lugar de deputados do Parlamento britânico foi vendida por 11 milhões de euros.

Óleo de Banksy com chimpanzés na Câmara dos Comuns atinge valor recorde de 11 milhões de euros