Há várias câmaras municipais por todo o país a comprar, a laboratórios privados, testes serológicos à Covid-19, mas o Governo tem pedido aos autarcas que não o façam, uma vez que são testes ineficazes nesta fase da pandemia. A notícia surge na edição desta quinta-feira do Jornal de Notícias.

Estes testes são feitos ao sangue — em vez dos testes habituais ao material biológico recolhido do nariz por meio de uma zaragatoa, chamados PCR — e permitem identificar a presença nas vias sanguíneas dos anticorpos específicos para o vírus. Porém, não permitem identificar a presença do vírus nas vias aéreas.

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De acordo com os especialistas, os anticorpos podem demorar, pelo menos, cinco dias a ser desenvolvidos após o contágio pelo vírus. Durante esse período, a pessoa pode estar infetada e não ter ainda desenvolvido os anticorpos, pelo que um teste serológico pode indicar negativo, enquanto o teste PCR já indicaria a presença do vírus.

“Numa reunião que tivemos, com os presidentes das comunidades intermunicipais da Região Centro, uma das coisas que o primeiro-ministro mais nos pediu foi para não comprar esses testes serológicos, porque nesta fase não servem de nada“, disse ao Jornal de Notícias o presidente da câmara de Aveiro, José Ribau Esteves, que lidera também a comunidade intermunicipal da região de Aveiro.

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Os testes serológicos serão úteis numa fase posterior, para avaliar a imunidade ao vírus na população portuguesa, mas não devem ser agora utilizados para estudar a disseminação da doença nem para tomar medidas de saúde pública com base nos seus resultados.

Porém, como destaca o Jornal de Notícias, são testes mais baratos do que os PCR. Enquanto um teste feito com recurso a zaragatoa custa cerca de 100 euros, um teste ao sangue custa entre 20 e 40 euros.

Entre as câmaras que já compraram testes serológicos encontram-se Cascais, Belmonte, Mealhada e Vieira do Minho.