A Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, maior entidade patronal do país, considera que o perdão da dívida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) abre espaço para novas oportunidades de apoio internacional.

“Este perdão reduz o endividamento de Moçambique junto àquela instituição, podendo abrir mais espaço de apoio [ internacional]”, disse esta sexta-feira à Lusa o presidente da CTA, Agostinho Vuma.

O FMI anunciou na segunda-feira o perdão do serviço da dívida a 25 dos Estados mais pobres, incluindo Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, uma medida que visa “aliviar” a dívida e facilitar a resposta ao impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Moçambique terá um perdão de dívida no valor de 14,8 milhões de dólares, cerca de 13,5 milhões de euros, nos próximos seis meses. Para a CTA, o perdão abre novos horizontes para Moçambique.

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As instituições internacionais quando querem apoiar um país olham para o nível de endividamento, que neste caso reduziu em 15 milhões”, acrescentou Agostinho Vuma.

Vuma referiu que o perdão vai permitir libertar 15 milhões de dólares do serviço da dívida para outras áreas, com destaque para “o pacote de mitigação dos efeitos da Covid-19, proteção social, suporte às pequenas e médias empresas ou mesmo com as necessidades do sistema nacional de saúde”.

A proposta do OE previa cerca de 570 milhões de dólares (cerca de 527 milhões de euros) só de serviço de dívida.

Com um total de 31 casos confirmados desde 22 de março, Moçambique vive em estado de emergência devido à Covid-19 durante todo o mês de abril, com escolas, espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, além da suspensão da emissão de vistos.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.