No domingo, a ministra da Saúde Marta Temido dava conta do atraso na chegada de parte da encomenda feita a pronto pagamento à China porque o país mudou “os regulamentos sobre transportes”. Segundo a ministra, os ventiladores que deviam ser entregues dia 15 de abril tinham um atraso de oito dias, devendo chegar a meio da próxima semana. Na edição desta sexta-feira, o Público dá conta que chegarão 65, mas em falta ficam ainda mais de 400.

A necessidade de reforçar a capacidade de ventilação dos cuidados intensivos portugueses levou o Governo a pagar 10 milhões de dólares, a pronto pagamento, para garantir que a encomenda não era perdida para outro país. A revelação foi feita pelo primeiro-ministro, António Costa, numa entrevista à TVI a 23 de março. Dado assumido desde logo era a possibilidade de atrasos na entrega do material, considerando a grande procura que há no mercado e o elevado número de encomendas aos fabricantes chineses. O que o Governo não contava é que a China alterasse ainda os regulamentos sobre os transportes, o que parece ter dificultado ainda mais a entrega da encomenda dos 535 ventiladores.

Governo comprou 535 ventiladores. Agora é preciso ter equipas e decidir como vão ser distribuídos

O atraso na entrega dos ventiladores não é crítico uma vez que, de acordo com os números disponibilizados pelo último boletim há cerca de 200 doentes em unidades de cuidados intensivos. Mesmo assumindo que todos os doentes com a Covid-19 em cuidados intensivos necessitam de ser ventilados, os números estão ainda longe da capacidade que Portugal já tinha: 1.142 ventiladores em todo o país, segundo o levantamento do Governo no início da pandemia.

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