O número de casos recuperados de infeção pelo novo coronavírus, assim considerados pelas autoridades de saúde em Portugal, subiu em mais 91 pessoas nas 24 horas até este sábado. No total, já houve 610 recuperações confirmadas, um número que está a crescer mais rapidamente do que o número de mortes mais que ainda não alcançou os 687 óbitos registados em Portugal.

Este é um dos principais destaques do boletim diário divulgado pela Direção-Geral de Saúde, este sábado, que deu conta de uma subida de 3,5% no número de infetados, reaproximando-se da média dos últimos dias depois de na sexta-feira o boletim ter apontado para um aumento de apenas 1% nos casos confirmados. E o número de pessoas a aguardar resultado laboratorial voltou a subir.

Houve mais um morto na faixa etária dos 50-59 e a análise dos números revela, também, que a taxa de letalidade acima de 80 anos supera, neste momento, os 15% (óbitos vs casos confirmados). Eis a análise detalhada do boletim divulgado este sábado, 18 de abril.

Número total de casos, mortes e recuperados

Mais 663 casos de infeção confirmada em Portugal, um aumento diário de quase 3,5% para um total de 19.685 pessoas. O aumento percentual realinhou-se com a média dos últimos dias, depois do aumento de apenas 1% no boletim divulgado na sexta-feira.

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As 30 novas mortes, nas 24 horas até ao início deste sábado, estão em linha com os números registados nos últimos dias. O pior dia, a este respeito, continua a ser as 37 vítimas mortais reportadas no dia 3 de abril.

No total, já morreram 687 pessoas com Covid-19 como “evento terminal” da sua morte, isto é, não considerando outras patologias que já existissem. Este é um número total de mortos que, para já, ainda está acima do número dos casos recuperados (mais 91, para 610) embora se espere que não seja por muito mais tempo, porque o ritmo de registos de recuperação está a ser superior ao número de mortes (o triplo, neste boletim).

O número de recuperados mais do que duplicou nos últimos sete dias. Os 610 recuperados registados até este sábado comparam com os 266 do sábado passado.

Caracterização dos óbitos

Houve mais uma morte na faixa etária dos 50 a 59 anos – mais um homem, segundo o boletim deste sábado. Já morreram 19 pessoas nesta faixa etária, a que se somam as 8 com entre 40 e 49 anos.

Na conferência de imprensa diária, Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, indicou que até agora a vítima mortal mais nova tinha 40 anos. A mais velha tinha 102 anos.

As 29 restantes mortes reportadas este sábado dividem-se desta forma: mais três com 60-69 (64, no total) e mais oito com 70-79 (145, até hoje) e 18 com mais de 80 anos (451 no total).

Caracterização do número de casos por região

A julgar pelos dados do mapa global que aparece na primeira página do boletim, houve mais 136 casos confirmados na região de Lisboa e Vale do Tejo, um aumento de cerca de 3% que é equivalente ao que se registou no centro do país. No norte, houve mais: um aumento de 4%, mais 438 casos em 24 horas.

Não houve novos casos registados no Alentejo (mantêm-se 158, no total) e houve apenas mais 1 no Algarve (para 306, até agora). Houve, também, mais dois casos nos Açores (104) e mais um na Madeira (54).

Número de casos por grupo etário

Está muito próximo de 3.000 casos confirmados na faixa etária com mais de 80 anos: 1.000 homens e 1.999 mulheres (dos quais 451 não resistiram).

Na faixa etária imediatamente abaixo, entre 70 e 79, o número de infeções confirmadas aumentou de 1.731 para 1.785. A taxa de letalidade nessa faixa etária é um pouco superior a 8%.

Por outro lado, aumentou para 836 o número de infeções em crianças ou jovens com até 19 anos de idade, contra os 809 casos que foram reportados até à véspera. A maior concentração de casos mantém-se entre os 40 e os 59 anos, onde foram confirmados 6.810 casos positivos, quase 34,6% dos 19.685 confirmados no país.

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Menos 31 pessoas hospitalizadas, em comparação com a véspera (1.253), mas um aumento líquido de seis pessoas internadas em cuidados intensivos – para 228 doentes.

Estes 228 doentes comparam com o máximo de 271 pessoas que estavam internadas em cuidados intensivos a 7 de abril.

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Voltou a aumentar o número de casos de pessoas à espera de resultado laboratorial: eram mais 361 à meia-noite deste sábado do que na véspera, com 5.166 pessoas à espera de conhecer esse resultado positivo ou negativo.

É um aumento de 8% num indicador que tem tido um comportamento cíclico.

Já foi possível, porém, despistar mais 2.747 casos para um total, até ao momento, de 137.860. Quanto ao número de pessoas sob vigilância, este manteve-se, de acordo com o boletim, em 25.456.

Número de casos por concelho

A tabela de confirmações por concelho, que nem sempre bate certo com os dados do mapa global, é possível constatar qu e o Porto continua a ser o concelho com mais casos: 1.040, mais 23 do que o apresentado no boletim da véspera.

Lisboa (1.033), Vila Nova de Gaia (1.005), Braga (831), Gondomar (820) e Matosinhos (860) são os concelhos que se seguem.

Além destes, existem já sete outros concelhos com mais de 300 de casos positivos: Coimbra (350), Ovar (504), Sintra (480), Valongo (580), Maia (744), Santa Maria da Feira (323) e Guimarães (388).

Número de países e casos importados

Apenas mais quatro casos importados. Não houve grandes alterações nos casos importados e países, com uma subida para 735 casos importados (de 48 países).

As únicas subidas registaram-se nos números de França (mais dois casos, para 130, no total), e mais um caso vindo dos EUA e do Reino Unido (24 e 82, no total, respetivamente).

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

A tosse continua a ser o principal sintoma. Os sintomas apresentados entre os casos de testes positivos (com informação respeitante a 85% dos casos) mantêm-se quase inalterados em relação aos últimos dias, com uma preponderância maior de tosse (53%) e febre (38%), seguidas de dores musculares (27%) e cefaleia (25%). Fraqueza generalizada (21%) e dificuldades respiratórias (16%) são os sintomas com menor taxa de incidência.

Pico do surto terá sido entre 23 e 25 de março. Mais 30 mortes nas últimas 24 horas