Pedro Sánchez, presidente de Governo de Espanha, vai transmitir aos presidentes das comunidades autónomas a proposta do Governo em alargar o estado de emergência por mais 15 dias, até ao dia 9 de maio. Mas há medidas de confinamento social que vão ser aliviadas, sobretudo no que diz respeito aos menores, cuja realidade poderá vir a ser alterada já a partir de 27 de abril.

Ainda não estão definidos os motivos que podem justificar a saída de casa por parte dos menores, bem como as medidas de segurança a adotar. Também não é claro a partir de que idade os menores vão poder sair à rua, mas o ponto de referência, escreve o El País, é a Lei de Saúde Pública (a qual prevê crianças até aos 12 anos).

Em relação às crianças, ainda estamos a finalizar a medida, mas o ponto de partida para nós é a Lei de Saúde Pública. De qualquer forma, é uma medida que temos de estudar e que vamos definir com o comité científico. (…) E logicamente, se temos um ponto de referência, é a Lei da Saúde”, disse Sánchez este sábado num discurso à nação.

É também a partir do dia 11 de maio o país vai proceder ao alívio das regras de confinamento de forma “cautelosa e progressiva”.

Para isso acontecer, Sánchez revelou que vai guiar-se por um conjunto de indicadores que vão alertar para o nível de disseminação do vírus no país e para a capacidade do sistema de saúde, de modo a “saber qual é o grau de evolução da pandemia em cada território.” O chefe de Governo assegurou que as medidas que refletem um alívio do confinamento social não são definitivas e deixou uma advertência: caso existam retrocessos em algum território, essas medidas serão revistas. O contrário também pode acontecer. “Contemplamos no horizonte uma marcha lenta em direção a essa nova normalidade.”

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Comentando que o vírus deixou um “rasto de dor”, Sánchez admitiu que a pandemia levou ao limite a resistência do serviço nacional de saúde de Espanha, que, ainda assim, “conseguiu resistir”. Assegurou ainda que cerca de 42% dos doentes diagnosticados já tiveram alta. “Graças à disciplina social salvamos dezenas e dezenas de milhares de vidas.”

“A Europa somos todos nós e agora é a hora de demonstrá-lo”

“Quando sairmos outra vez à rua vamos encontrar os danos económicos e sociais desta pandemia”, avisou ainda este sábado Sánchez, para depois pedir a união de forças de maneira a alcançar uma reconstrução económica e social. “Propus alguns pactos de reconstrução que deveriam unir os critérios das forças políticas para definir as principais linhas de reconstrução social e política nos próximos anos.” Pactos que, segundo o El País, devem estender-se às comunidades, municípios e agentes sociais.

“Só há um caminho: o do diálogo, do consenso e da união”, referiu ainda o chefe do Governo espanhol, afirmando que os acordos em questão devem ter em conta quatro tópicos: reconstruir e reforçar o sistema de saúde; relançar o tecido empresarial e a criação de emprego, optar por medidas de proteção social e por uma “posição comum” na negociação com a União Europeia. “Não há futuro sem solidariedade, não há futuro sem união”, disse Sánchez, que afirmou de seguida: “A Europa somos todos nós e agora é a hora de demonstrá-lo”.