O Bloco de Esquerda exigiu explicações ao Governo sobre a alegada transferência de uma unidade de oncologia do Hospital da Feira, integrado no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), para um centro médico privado.

Numa pergunta dirigida ao Ministério da Saúde, os deputados bloquistas Moisés Ferreira e Nelson Peralta dizem ter tomado conhecimento que o hospital de dia de oncologia do Hospital da Feira irá ser transferido a partir de segunda-feira para um centro médico privado localizado em Santa Maria da Feira. O Hospital da Feira está integrado no no CHEDV, que inclui ainda os hospitais de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis.

“Os profissionais de saúde do CHEDV foram informados que passarão a prestar serviço nas instalações da Lenitudes e para o mesmo terão sido transferidos também cadeirões de tratamento e outros materiais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, referem os deputados.

Para o Bloco, a intenção será que se passe a desenvolver neste centro privado as atividades do hospital de dia de Oncologia que antes aconteciam no Hospital São Sebastião. Moisés Ferreira e Nelson Peralta exigem agora saber quem tomou esta decisão e com que fundamentos.

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Querem ainda saber se o Ministério tutelado por Marta Temido tinha conhecimento desta decisão e se concorda com esta transferência de profissionais, materiais e funções do SNS para o privado e quanto custará tal transferência ao SNS.

O Bloco destaca ainda que já em 2018 alertou o Governo para a necessidade de efetivar o investimento numa câmara de fluxo laminar para o CHEDV, de forma a garantir a correta preparação dos medicamentos para doentes oncológicos seguidos pelo centro hospitalar.

Na pergunta dirigida ao Ministério da Saúde, os bloquistas sublinham que o SNS “tem sido capaz de responder a uma epidemia que em muitos países fez colapsar os sistemas de saúde, mesmo quando o setor privado encerrou portas ou se recusou a colaborar para prestar cuidados à população”.

“O SNS conseguiu manter a resposta e, com a ajuda de toda a população, manter a epidemia controlada. Agora é o tempo de se retomar atividade programada que foi adiada e é tempo de combater a lista de espera que já existia”, defende o Bloco.