As eleições legislativas, previstas este ano na Venezuela, podem ser adiadas devido à pandemia da covid-19, declarou, no sábado, o Presidente Nicolás Maduro.

“Não sei se teremos eleições este ano, porque temos esta prioridade [a pandemia] e seria irresponsável da minha parte dizer agora que as eleições devem ser realizadas”, declarou Maduro à rádio La Pizarra.

Caso seja necessário, a decisão será tomada pelo Supremo Tribunal do país, acrescentou o chefe de Estado venezuelano.

Três dias antes de serem confirmados os primeiros casos da covid-19 na Venezuela, em meados de março, Nicolás Maduro tinha garantido que as legislativas, cuja data ainda não foi anunciada, iam decorrer este ano “faça chuva ou neve”.

No final de março, os Estados Unidos apelaram para a constituição de um governo de transição na Venezuela. Ao aliado e opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em janeiro de 2019 e obteve o apoio de mais de meia centena de países, Washington pediu para se afastar e esperar pela realização de eleições “livres e justas”.

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Ao mesmo tempo, a diplomacia norte-americana pediu ao Presidente Maduro e a Guaidó para renunciarem ao poder executivo, durante “um período de transição” gerido por um “conselho de Estado” constituído por “parlamentares da Assembleia Nacional [dominada pela oposição] representantes dos dois campos”.

Este conselho de Estado ficaria encarregado de organizar eleições presidenciais e legislativas “livres e justas” num prazo de entre seis meses a um ano, mas Caracas rejeitou esta proposta norte-americana.

Na Venezuela estão oficialmente confirmados 204 casos de pessoas infetadas e nove mortes associadas ao novo coronavírus.

O país está desde 13 de março em estado de alerta, decretado por 30 dias e prolongado por igual período. Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 158 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 502 mil doentes foram considerados curados.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.