O primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, e o líder do partido da oposição Azul e Branco, Benny Gantz, chegaram a acordo para formar um governo a que chamaram de “salvação nacional” e evitar uma quarta ida às urnas no espaço de pouco mais de um ano.
A notícia foi confirmada aos jornais israelitas esta segunda-feira, num comunicado conjunto enviado pelo Likud (partido de Netanyahu) e pelo Azul e Branco.
“Prevenimos uma quarta eleição. Iremos preservar a democracia”, escreveu Gantz no Twitter, dizendo que este “governo de emergência nacional” tem como objetivo “combater o coronavírus e proteger os cidadãos de Israel”.
O acordo é particularmente relevante já que mantém Netanyahu como primeiro-ministro, cargo que estará a ocupar quando tiver início o julgamento em que é réu, acusado de três crimes de corrupção, a 24 de maio. Não é ainda claro se Gantz o substituirá no cargo ao fim de 18 meses, como foi inicialmente discutido pelos dois.
Por enquanto, segundo o Haaretz, Netanyahu manter-se-á como primeiro-ministro, o que lhe dará o poder de nomear o próximo procurador-geral do país. Gantz ficará como vice-primeiro-ministro, cargo que acumulará com a pasta da Defesa.
O acordo só foi possível graças a várias cedências por parte do partido de Gantz, que chegou a considerar a hipótese de um acordo com o Likud, mas apenas se Netanyahu abdicasse do cargo de chefe do governo, o que não aconteceu. Para além disso, o Partido Azul e Branco terá também cedido em questões relacionadas com uma possível anexação de partes da Cisjordância, como Netanyahiu tinha defendido em campanha eleitoral.
Vale do Jordão. Porque é tão importante para Israel o território que Netanyahu quer anexar?
Segundo o Times of Israel, um dos pontos onde os líderes estavam em desacordo era no mecanismo de constituição do Comité de Nomeações Judiciais (que nomeia juízes), sobre o qual Netanyahu pretendia ter mais controlo. De acordo com o jornal, não é claro qual foi a solução final encontrada nesta matéria.
