Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, vai desenvolver um robô autónomo que, através de sensores e lâmpadas ultravioleta, permite a desinfeção de espaços em unidades hospitalares.

Em declarações à agência Lusa, António Moreira, investigador do INESC TEC, explicou esta quarta-feira que o projeto, intitulado RADAR, pretende desenvolver um “módulo genérico” de robô que seja adaptável a diversas plataformas.

O projeto, desenvolvido no âmbito da linha de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) RESEARCH 4 COVID-19, vai por isso criar um robô que, com base em sensores e lâmpadas ultravioleta, permite limpar e desinfetar algumas divisões de serviços hospitalares.

Através do seu sistema de sensores, o robô, que “não será muito grande” e terá entre 30 a 40 centímetros de diâmetro e um metro de altura, consegue detetar se a divisão está ou não vazia e, posteriormente, ativar as lâmpadas ultravioletas que permitirão a desinfeção do espaço.

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Antes de ligar as lâmpadas, que vão permitir a desinfeção, o robô tem de verificar se a divisão está vazia. Faz uma ronda e, se verificar que o espaço está sem pessoas, emite avisos de que vai ligar as lâmpadas. Caso detete que está alguém no espaço, o robô não liga e avisa a pessoa para sair”, explicou o investigador.

Segundo António Moreira, a desinfeção do espaço será previamente determinada e ajustada à potência das lâmpadas, uma vez que é a partir destas que o robô consegue desinfetar as superfícies, paredes e chão.

“Onde a luz conseguir chegar, o robô desinfeta”, garantiu o investigador, adiantando que a tecnologia vai ser também equipada com uma interface gráfica que torna o processo de “simples manuseamento”.

Inicialmente vamos criar um mapa, dizer-lhe quais são as salas, dar-lhes nomes e, depois, será simples, através de uma interface gráfica (um pequeno monitor) será só carregar num botão e indicar a sala que se pretende desinfetar”, referiu.

António Moreira avançou à Lusa que, apesar de o projeto arrancar oficialmente no dia 1 de maio, a equipa, composta por 13 investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do INESC TEC, está já a “ver que material que é necessário comprar”.

Além dos investigadores, integram também este projeto o Centro Hospitalar Universitário de São João, o Centro Hospitalar do Porto (Santo António) e o Hospital de São Martinho, em Valongo.

Com um financiamento de mais de 29 mil euros, este é um dos 66 projetos apoiados pela linha de financiamento RESEARCH 4 COVID-19, que visa responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde.