No seguimento da notícia publicada pelo The New York Times esta quarta-feira com o título “O clube de futebol como Estado Soberano”, a propósito do sorteio do juiz Paulo Registo (que entretanto já pediu dispensa do mesmo) para o caso do hacker Rui Pinto, responsável assumido pelo Football Leaks e pelo Luanda Leaks, o Benfica já tinha adiantado uma reação acrescentada depois no texto pelo jornal. No entanto, não ficou por aí.

The New York Times escreveu sobre juiz do caso Rui Pinto. Benfica fala em “teorias da conspiração”, FC Porto deixa “farpa” aos rivais

“Tendo sido contactado pelo New York Times a propósito de uma notícia que estaria a fazer sobre o processo atualmente em curso envolvendo o hacker Rui Pinto – a que, importa realçar, o Benfica é totalmente alheio, não tendo qualquer envolvimento, nem qualquer ligação, nem participação em qualquer qualidade –, entendemos tornar públicas na íntegra as questões e respostas que, em nosso nome, foram dadas pela equipa jurídica que representa o clube”, explicam os encarnados, num texto colocado no site oficial do clube, acrescentando não só a versão em português das seis perguntas e respostas mas também uma versão em inglês das mesmas, que vão do caso Rui Pinto ao incidente numa Assembleia Geral entre Luís Filipe Vieira e um associado.

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“O Benfica tem vários documentos e apresentações feitas pelos seus profissionais sobre as ‘Casas do Benfica’, grupos organizados de apoiantes do Benfica, espalhados pelo mundo inteiro. Em nenhum dos documentos ou apresentações preparadas pelo Benfica, incluindo no que respeita às ‘Casas do Benfica’ os profissionais do Benfica atuaram ou sugeriram quaisquer ações, que não fossem perfeitamente legais”, assegura o clube a propósito de “uma apresentação de 49 páginas” que teria na sua página final o título “Casa Estratégica” que a publicação assume que era para “influenciar a federação, os órgãos políticos, os media e a comissão de arbitragem”.

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“É preciso saber a diferença entre alegações com objetivos noticiosos concretos e alegações evidentes de influências perniciosas nos órgãos de poder de qualquer país. As teorias da conspiração são o ‘alimento’ diário da Internet, das redes sociais e, infelizmente, até de jornais de confiança e conceituados”, diz sobre a alegada “influência pouco saudável nos órgãos de poder”. “Não nos esqueçamos que para atacar o Benfica, o maior e mais competente clube de futebol de Portugal, alguém pagou a hackers e assaltantes para obter informações comerciais sigilosas. Se algo semelhante ocorrer nos EUA, as autoridades, como o Departamento de Justiça, FBI, e até órgãos políticos, etc., estariam a perseguir e a acusar os hackers, os assaltantes e os agentes de difamação”, acrescenta.

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“O Benfica procura justiça contra todos os criminosos que invadiram, assaltaram e insultaram esta instituição centenária. Infelizmente, mesmo para uma instituição como o Benfica, é muito difícil opor-se a pessoas que estão a ser financiadas (em circunstâncias muito suspeitas) por entidades sediadas no estrangeiro com a cooperação de grupos internacionais de hackers“, refere ainda o clube, que relativiza o episódio que terá acontecido entre Luís Filipe Vieira e um associado numa Assembleia Geral: “Só quem não tem conhecimento absoluto da paixão que o futebol desperta, pode achar estranho que numa Assembleia Geral ocorra algum exagero verbal”.

Luís Filipe Vieira tenta agredir sócio num momento de maior tensão na Assembleia Geral do Benfica