A União Europeia anunciou esta quinta-feira que irá reforçar a cooperação técnica com o novo governo de Israel para combater a atual pandemia, frisando que a saúde dos cidadãos e as consequências económicas da doença Covid-19 são uma prioridade comum.

“A União Europeia (UE) tomou nota do acordo político que poderá abrir o caminho para a formação de um governo em Israel. A UE quer cooperar estreitamente com o novo governo na luta contra o novo coronavírus”, afirmou o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, numa declaração em nome do bloco comunitário.

O chefe da diplomacia europeia referiu que a cooperação técnica entre o Estado israelita e o bloco comunitário já decorre e que “será reforçada, sobretudo em aspetos relacionados com a pandemia”.

A saúde dos nossos cidadãos e enfrentar as consequências económicas do coronavírus são as nossas principais prioridades comuns”, sublinhou o representante europeu.

Na passada segunda-feira, o primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, e o seu rival político, Benny Gantz, selaram um acordo para a formação de um governo de unidade e emergência nacional, compromisso que permite a Israel sair de uma crise política que já durava há mais de um ano e que levou à realização de eleições legislativas em três ocasiões.

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Netanyahu e Benny Gantz assinam acordo de governo

O pacto entre Netanyahu, que é acusado de crimes graves como corrupção, e Gantz prevê que o primeiro dirija agora o executivo e daqui a 18 meses seja substituído pelo segundo.

O julgamento de Benjamin Netanyahu deveria ter começado em março, mas dois dias antes foi declarada uma emergência judicial devido ao novo coronavírus e todos os procedimentos foram adiados.

O julgamento do primeiro-ministro em funções ficou marcado para 24 de maio.

Ainda sobre Israel, a nota assinada por Josep Borrell recorda que a posição da UE sobre o estatuto dos territórios ocupados pelas autoridades israelitas em 1967 permanece inalterada e que, de acordo com o Direito Internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a matéria, “não reconhece a soberania israelita sobre a Cisjordânia ocupada”.

Ainda sobre esta questão, o bloco comunitário reiterou que “qualquer anexação constituirá uma grave violação do Direito Internacional”, afirmando que vai continuar a seguir atentamente a situação e as respetivas implicações em toda a sua amplitude, a fim de “agir em conformidade”.