A Associação de Empresas de Segurança realçou esta sexta-feira a importância do numerário na preservação do funcionamento da economia quando dados da Procuradoria-Geral da República indicam um aumento de 230% da cibercriminalidade em março, em plena pandemia de Covid-19

Em comunicado, a associação (AES) sublinha que os dados da Procuradoria-Geral da República, revelados esta semana, dão conta de um aumento de 230% da cibercriminalidade em março e de um crescimento de 160 % nos primeiros 15 dias de abril, factos que classifica de “muitíssimo preocupantes” para empresas e cidadãos, pelos efeitos devastadores que geram na confiança no funcionamento da economia.

Perante esta situação, e num momento em que diz serem já conhecidos ataques de grupos de ‘hackers’ a grandes empresas do tecido empresarial português e internacional, a AES destaca “a importância do numerário (notas e moedas) na preservação do funcionamento da economia” e assegura que “as empresas de transporte de valores tudo estão a fazer para que o dinheiro continue a chegar aos diversos setores da sociedade, salvaguardando um eventual cenário de crash dos sistemas eletrónicos de pagamento”.

“As notas e as moedas são utilizadas por todos os cidadãos, sem a necessidade de conhecimentos especiais para recorrer a uma ligação à internet. Trata-se de elementos de uso simples, familiar e generalizado. Impõe-se a tomada de medidas para garantir que os grupos mais vulneráveis não sejam privados do mais acessível dos meios de pagamento”, observa AES, indicando que “o numerário funciona sempre, em qualquer lugar, em qualquer momento e para todos os cidadãos”.

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Em contrapartida – adverte – os meios de pagamento alternativos dependem, de uma forma ou de outra, da tecnologia, onde o cibercrime impera.

Perante isto, as empresas associadas à AES vêm assegurar publicamente que a circulação de numerário se “manterá ininterrupta”, cumprindo o “desígnio de levar o dinheiro a toda a população”, apontando a vantagem de que “o dinheiro é verdadeiramente universal e inclusivo, além de evitar a partilha de informação online tão desejada pelos grupos de hackers” ou piratas-informáticos.

Favorável à circulação do dinheiro como forma de evitar a cibercriminalidade, a AES refere que, relativamente à pandemia pelo coronavírus, diversos estudos internacionais e autoridades de saúde, como a Organização Mundial de Saúde, consideram não existirem razões válidas para impedir utilização do numerário, podendo o seu manuseamento ser feito sem riscos acrescidos.

A AES indica ainda que se juntou à iniciativa de um grupo de agentes internacionais que esteve reunido para enfatizar e comunicar aos decisores políticos e à sociedade as vantagens do numerário numa época marcada pelo flagelo global da cibercriminalidade.

Portugal contabiliza 820 mortos associados à Covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 2 de maio prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.