O vice-presidente do Governo dos Açores avisou esta sexta-feira que se não forem “mudados os procedimentos” na aprovação do quadro financeiro plurianual 2021-2027, os recursos financeiros do programa não estarão disponíveis, na prática, antes de 2021.

Sérgio Ávila, que falava por videoconferência numa iniciativa do grupo parlamentar do PS/Açores e dos eurodeputados socialistas sobre a pandemia da Covid-19 e o papel da União Europeia (UE), recordou a complexidade de negociação e aprovação dos quadros comunitários, o que faz com que estes nunca entrem em vigor nas datas previstas.

Para o número dois do executivo socialista dos Açores, há que “definir quando é que do ponto de vista prático”, após a aprovação de regulamentos e dos programas operacionais, os recursos vão começar a chegar aos países e às regiões.

A demora, face à experiência dos quadros comunitários anteriores, é de “um ano e meio a dois anos a partir de um determinado momento de definição do orçamento comunitário”.

O vice-presidente do executivo regional, socialista, considera que “colocar as soluções” para fazer face as impactos económicos e sociais da pandemia da Covid-19 no âmbito do próximo período de programação da UE fará com que, antes de 2021, estes não estejam disponíveis.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sérgio Ávila refere que haverá assim uma fase de “falta efetiva” de resposta, o que “implica encontrar respostas, sob pena de quando os recursos chegarem já ter passado bastante tempo” sobre a necessidade de “implementar, com urgência”, a estimulação da retoma económica.

Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos quinta-feira por videoconferência, encarregaram a Comissão Europeia de apresentar urgentemente uma proposta de fundo de recuperação da economia europeia para superar a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

“Hoje todos concordámos em trabalhar num fundo específico de recuperação dedicado à crise da Covid-19, que é necessário e urgente. Este fundo deve ser de magnitude suficiente para enfrentar a extensão da crise e orientado para os setores e partes geográficas da Europa mais afetados. Encarregámos a Comissão de analisar as necessidades exatas e de apresentar com caráter de urgência uma proposta proporcional ao desafio que enfrentamos”, anunciou então o presidente do Conselho Europeu.

Até ao momento, já foram detetados nos Açores um total de 138 casos, verificando-se 20 recuperados, nove óbitos e 109 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, sendo 82 em São Miguel, cinco na ilha Terceira, cinco na Graciosa, três em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.