Investigadores vão desenvolver uma aplicação de telemóvel que permita às autoridades de saúde portuguesas monitorizar, com rigor e em tempo real, os sintomas da Covid-19 em doentes ou pessoas sob vigilância que estão em casa.

O projeto, a executar entre maio e julho, foi um dos 66 que irão ser financiados pelo programa de incentivo à investigação e inovação “Research 4 Covid-19”, criado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, para responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde no combate à pandemia.

Em declarações à Lusa, o coordenador do projeto, João Sanches, investigador e membro da direção do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), em Lisboa, disse que a aplicação móvel permitirá, de forma remota, fazer “o seguimento o mais rigoroso possível” de alterações fisiológicas associadas aos sintomas da doença infecciosa, como a temperatura corporal e as funções respiratórias.

João Sanches adiantou que a tecnologia, que se pretende seja de baixo custo, será útil para as autoridades de saúde, que atualmente fazem o acompanhamento de doentes ou pessoas sob vigilância que estão em casa através de chamadas telefónicas.

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Os dados registados na aplicação móvel serão processados por uma central de dados, que poderá estar num centro de saúde ou na Direção-Geral da Saúde (DGS), exemplificou o investigador, ressalvando que o projeto é ainda uma “prova de conceito” e que, caso venha a ser usado na prática em massa, as pessoas terão de dar o seu consentimento para a utilização dos dados.

O projeto, que vai receber um apoio de 30 mil euros, será realizado pelo ISR, em parceria com o Centro de Cardiologia e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o Instituto de Telecomunicações, a Escola de Tecnologia de Saúde de Coimbra e a empresa BrainAnswer.

Portugal contabiliza 854 mortos associados à Covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da DGS sobre a pandemia.

Das pessoas infetadas, 1.068 estão hospitalizadas, das quais 188 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados é 1.228.

A doença respiratória aguda tem como sintomas a febre, a tosse persistente e as dificuldades respiratórias.