A Câmara de Lisboa, em conjunto com outras entidades, começa esta sexta-feira a identificar os lares do concelho que estão em situação irregular para garantir procedimentos de saúde e de segurança adequados face à Covid-19.

Em declarações à agência Lusa, o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo (BE), explicou que este trabalho já foi feito junto dos lares públicos e privados da cidade, adiantando que “estão bastante melhor” do que era esperado.

O trabalho, feito pela Câmara de Lisboa, Santa casa da Misericórdia, Instituto de Segurança Social e delegado de saúde, estende-se agora a outros lares “que não são exatamente ilegais, mas que estão em situação irregular”, indicou o autarca.

O objetivo, salientou Manuel Grilo (BE – partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS), é garantir que estes equipamentos “também têm boas condições e não têm problemas de contágio”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Este grupo de trabalho pretende “garantir os procedimentos de saúde adequados para que os idosos não venham a ser contagiados, sendo que são o grupo de risco e o grande grupo onde se registam mais óbitos em termos nacionais e internacionais”, vincou.

O vereador referiu que se tem verificado noutros países, como Itália ou França, que “uma parte significativa das mortes ocorre nos lares”, acrescentando que, “por via do pluriemprego” dos funcionários, “por vezes transferem o vírus de unidades hospitalares para dentro do lar ou da comunidade”.

“E é este ciclo que nós queremos interromper. E queremos interromper com visitas aos lares”, reforçou.

Depois da fase de identificação dos equipamentos em questão, seguem-se as visitas aos lares pelas equipas da Proteção Civil da Câmara de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia.

O trabalho que já foi feito nos restantes lares incluiu a distribuição de equipamentos de proteção individual, a verificação dos planos de contingência, bem como todos os procedimentos de higienização, nomeadamente nas entradas e saídas dos lares por parte dos trabalhadores.

A Segurança Social pode, posteriormente, intervir, referiu Manuel Grilo, reiterando, contudo, que o objetivo desta equipa não é fiscalizar situações irregulares ou ilegais, mas sim “contribuir em termos de saúde pública”.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Portugal contabiliza esta sexta-feira 854 mortos associados à Covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente a quinta-feira, há mais 34 mortos (+4,1%) e mais 444 casos de infeção (+2%).