Os acionistas da Galp aprovaram todas as propostas levadas a votos esta sexta-feira, incluindo a polémica distribuição de mais 318 milhões de euros em dividendos relativos aos lucros do ano de 2019. A informação foi avançada em comunicação à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários. Estiveram representados 83% dos direitos de voto e todas as propostas foram aprovadas por mais de 98% do capital representado.

Já na semana passada, os acionistas da EDP tinham aprovado dividendos de quase 700 milhões de euros, tendo o presidente executivo da empresa e o presidente do conselho geral e de supervisão dado explicações aos jornalistas em conferência de imprensa sobre o tema.

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No caso da Galp, a empresa sempre remeteu a questão dos dividendos para os acionistas e um deles, neste caso o Estado, pronunciou-se a favor da entrega desse valor de forma inequívoca quando questionado no Parlamento. António Costa justificou que não existiam razões para travar os dividendos numa empresa que não tinha pedido apoios ao Estado. O primeiro-ministro respondia à coordenadora do Bloco de Esquerda, partido que se manifestou contra esse pagamento no contexto de crise e num quadro em que teriam sido despedidos trabalhadores que estavam a trabalhar nas unidades da Galp (embora o empregador direto não fosse a Galp).

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Apesar de estar a ser muito afetada pela queda do preço do petróleo e das vendas de combustíveis, e de ter anunciado o encerramento das duas refinarias (Sines a partir de maio), a Galp não recorreu ao lay-off, o único regime de apoios públicos que impede a distribuição de dividendos.

Para além do Estado que tem 7,4%, a Galp tem como principal acionista a Amorim Energia, empresa controlada pela família Amorim mas da qual são também acionistas indiretos a Sonangol e Isabel dos Santos.