Dezenas de reclusos da prisão de Villa Devoto, em Buenos Aires, que se amotinaram na sexta-feira depois de conhecido um caso de infeção por covid-19, aceitaram acabar o protesto, e reúnem-se este sábado com as autoridades.

Na sexta-feira vários prisioneiros deste estabelecimento prisional, que alberga cerca de 2.200 detidos, subiram ao telhado com os rostos cobertos e utilizando armas improvisadas, para reclamar o acesso ao regime de prisão domiciliária ou medidas de proteção, por recearem a propagação da pandemia dentro daquela prisão. O motim durou cerca de nove horas, não tendo as autoridades locais reportado a existência de feridos.

O protesto terminou depois de os representantes dos prisioneiros terem concordado em se reunirem hoje com as autoridades para discutirem as suas preocupações e receios sobre o risco de propagação da covid-19, segundo indicaram fontes do Ministério da Justiça, citadas pela agência AFP.

“Recusamo-nos a morrer na prisão” e “uma liberdade vigiada, com pulseira eletrónica” eram algumas das frases que podiam ler-se nas faixas exibida pelo grupo de reclusos que subiu para o telhado do estabelecimento prisional. Entre as várias exigências dos reclusos está a aplicação dos procedimentos de libertação que estavam em marcha antes da crise de saúde causada pelo novo coronavírus.

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O Ministério da Justiça argentino confirmou que os reclusos pediram “uma liberdade vigiada, com pulseira eletrónica” ou de outro modo, por causa da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

“O Serviço Penitenciário também fez uma listas das pessoas que, devido às suas circunstâncias de saúde, será melhor não estarem dentro do estabelecimento penal em caso de doença”, acrescentou a tutela.

Nos últimos dias também se registaram motins em outras prisões argentinas, levando algumas delas a suspender as visitas.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou quase 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 736 mil doentes foram considerados curados.

Por regiões, a Europa soma mais de 119 mil mortos (mais de 1,3 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 52 mil mortos (quase 930 mil casos), Ásia mais de 7.600 mortos (mais de 188 mil casos), América Latina e Caribe mais de 6.800 mortos (mais de 130 mil casos), Médio Oriente mais de 6.100 mortos (cerca de 146 mil casos), África mais de 1.326 mortos (mais de 28 mil casos) e Oceânia 103 mortos (cerca de oito mil casos).

Portugal contabiliza 854 mortos associados à covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia. Relativamente ao dia anterior, há mais 34 mortos (+4,1%) e mais 444 casos de infeção (+2%).