O antigo líder do PSD, Marques Mendes, defendeu esta semana no seu comentário semanal na SIC que não será “necessário renovar o estado de emergência” e disse ainda que seria um “exagero” fazê-lo. Para Marques Mendes é suficiente que seja declarada a “situação de calamidade“, opção que, como o Observador avançou, o governo irá tomar. O comentador político disse ainda gostava de ter visto o governo mais escrutinado nos últimos tempos, em particular nos debates no Parlamento: “Tem havido pouca oposição“. Além disso, anunciou que na segunda quinzena de maio a TAP vai retomar a atividade com cerca de 70 voos semanais

Ainda sobre as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, Marques Mendes deixou duras críticas ao presidente da Assembleia da República, ao dizer que Ferro Rodrigues “teve sempre um tom de altivez e arrogância” e que, ao contrário do que se exige à segunda figura do Estado, preferiu sempre as “suas convicções” em vez de “gerar consensos”.

Para Marques Mendes, Ferro Rodrigues “nunca teve um tom de humildade, sensibilidade e bom senso” e também “nunca contribuiu para serenar os ânimos“, mas antes para os “acicatar” . Além disso, diz o antigo líder do PSD, o presidente do Parlamento concertou a cerimónia com o Presidente e o PSD “subalternizando os outros partidos”, quando em questões desta natureza “todos os partidos são iguais”.

Já sobre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia, Marques Mendes considerou esta uma “excelente intervenção” e a “melhor que fez”, tendo sido “pedagógico“, ao assinalar a importância de celebrar datas como o 25 de Abril, o 10 de Junho, o 1º de Dezembro ou o 5 de Outubro.

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Apesar de Rui Rio ter enviado farpas ao governo no discurso do 25 de Abril, isso não chega para o antigo líder do PSD. Marques Mendes afirmou que “quando há estado de emergência o governo tem mais poderes” e por isso “deve ser mais escrutinado“. Por isso, explica, “gostava de ter visto” os “partidos da oposição a perguntar no Parlamento sobre o lay off, sobre o dinheiro que não chega à empresa, porque nestes momentos a oposição é fundamental, não para fazer politiquice, nem para picardias, mas é para para espicaçar”. E acrescentou: “Rui Rio globalmente tem estado bem, mas PSD e CDS têm de ter mais acutilantes na oposição“.

O regresso à quase normalidade, segundo Marques Mendes

Como habitual, Marques Mendes deu algumas novidades relativamente a algumas setores específicos, nomeadamente na reabertura. Segundo o comentador político, a “TAP vai começar a regressar lentamente, muito lentamente, na segunda quinzena de maio.” Atualmente, destaca, “a TAP tem sete voos por semana, quando em janeiro tinha 400”.

A partir da segunda quinzena de maio a TAP vai assim ter “70 voos por semana” e Marques Mendes detalhou quais as rotas que vão funcionar: “Voos diários para Porto, Funchal, Ponta Delgada, Madrid, Barcelona, Londres e Paris; uma voo por semana para Brasil, EUA e Canadá; duas vezes por semana para Angola, Cabo Verde, Suíça e Alemanha e três vezes por semana para Bruxelas e Amesterdão”.

Marques Mendes diz que a companhia o fará com “boas medidas com material proteção“, com “menos lugares” e ainda a possibilidade de adotar uma medida que está a ser equacionada também pela Emirates, de fazer “possibilidade de testes rápidos para detetar se há alguém infetado”.

No setor da educação, Marques Mendes antecipou que o governo já ordenou uma “grande operação de limpeza e higienização das escolas pelas forças armadas”, antecipou que as “aulas do 11.º e 12.º anos recomeçarão em maio”, referindo que poderá existir uma “alteração de horários, de serem desfasados os horários dos transportes públicos para não coincidirem com as horas de ponta” com as aulas a começarem a meio da manhã.

Quanto ao ensino superior, Marques Mendes diz que algumas universidades vão ainda “ter aulas presenciais este ano”, mas que “mesmo naquelas que estão com ensino à distância estão em princípio assegurados exames presenciais”. Além disso, adianta, os reitores tomaram a decisão de prorrogar ano letivo até ao final de julho.”

Quanto aos restaurantes, o comentador político antevê que comecem a “reabrir paulatinamente na segunda quinzena de maio” e diz que está a ser terminado um “guia de boas práticas, em fase final de validação”. Além disso espera que a comissão de proteção de dados não coloque obstáculos à medição de temperatura na entrada dos restaurantes, uma das medidas previstas.