A coligação militar liderada pela Arábia Saudita rejeitou esta segunda-feira a declaração de autonomia dos separatistas iemenitas no sul do país e exigiu “o fim de qualquer ação crescente” no conflito.

A decisão dos separatistas complica o conflito liderado pela coligação e pelo governo reconhecido internacionalmente contra os rebeldes houthis que controlam grande parte do norte do Iémen.

Os separatistas do Iémen assinaram um acordo de partilha de poder em Riade em novembro passado, que ajudou a reprimir uma batalha pelo sul, na segunda maior cidade do país, Aden.

“Insistimos na necessidade de restaurar as condições ao estado anterior na capital provisória Aden”, apontou a coligação, segundo agência de notícias oficial saudita.

“Após o surpreendente anúncio do estado de emergência pelo Conselho de Transição do Sul, mais uma vez insistimos na necessidade de implementar rapidamente o acordo Riade”, acrescentou.

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Os separatistas do Iémen declararam no domingo a autonomia para a parte sul do país, quebrando o acordo de paz com o governo e complicando o longo conflito com os rebeldes huthis que controlam grande parte do norte.

O Conselho de Transição do Sul acusou o governo de não cumprir as suas obrigações e de “conspirar” contra a causa do sul, afirmando que a autonomia havia começado à meia-noite.

Na sexta-feira, a coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que apoia o governo face aos rebeldes, decidiu prolongar por um mês uma trégua unilateral para permitir ao país devastado pela guerra conter a pandemia de Covid-19.

A trégua unilateral, anunciada a 8 de abril e com uma duração de duas semanas, não impediu a continuação dos combates no terreno entre as forças lealistas e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irão, que rejeitaram o cessar-fogo.

Desde a intervenção da coligação em 2015, vários meses depois do início da guerra no ano anterior, o conflito causou dezenas de milhares de mortos, essencialmente civis, segundo as organizações não-governamentais, e causou a pior crise humanitário do mundo, de acordo com a ONU.

Cerca de 80% da população depende de ajuda humanitária. Mais de três milhões de pessoas estão deslocadas devido ao conflito, muitas das quais em campos particularmente expostos ao risco de propagação de doenças, como o paludismo e a cólera.