O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, faz esta segunda-feira uma comunicação à Nação a propósito dos primeiros 100 dias de governação desde a investidura no cargo, no dia 15 de janeiro, anunciou em comunicado.

A mensagem servirá para “partilhar com os moçambicanos” o estado atual do projeto de governo, perspetivas e desafios, referiu.

Tal como em todo o mundo, a pandemia de Covid-19 foi um dos fatores com maior impacto nos primeiros 100 dias do segundo mandato de Filipe Nyusi: obrigou o governo moçambicano a rever planos, metas e a adaptar-se a uma nova realidade. O crescimento económico que se previa pudesse ficar acima de 4% este ano, foi revisto em baixa, para um intervalo entre 2,2% e 3,8%.

Por outro lado, a decisão final de investimento de um dos três megaprojetos de gás da bacia do Rovuma foi adiada para data oportuna, anunciou a petrolífera ExxonMobil, no âmbito dos cortes provocados pela Covid-19. Os outros dois megaprojetos – um liderado pela Total na Área 1 e outro de uma plataforma flutuante da Área 4 – mantêm os prazos.

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Ajuda ao país tem sido anunciada: o Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu na sexta-feira entregar 309 milhões de dólares ao governo de Moçambique para combater a pandemia e aliviar a balança de pagamentos e o orçamento.

Apesar dos efeitos do novo coronavírus, a prioridade de Nyusi para o mandato, a consolidação da paz na sequência do acordo com a oposição em agosto de 2019, permanece em marcha.

O chefe de Estado e o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição), Ossufo Momade, reuniram-se há 10 dias e defenderam a celeridade do desarmamento, desmobilização e reintegração dos guerrilheiros do principal partido de oposição.

No entanto, as maiores preocupações ao nível da segurança interna vão para a província de Cabo Delgado, cuja violência armada o Conselho Nacional de Defesa e Segurança classificou na última semana como uma ameaça terrorista externa.

Trata-se de um problema que persiste num país em que milhares de pessoas do norte e centro ainda recompõem a vida e procuram garantir segurança alimentar, um ano depois da destruição provocada pelos ciclones Idai e Kenneth, dois dos mais fortes de sempre no hemisfério e cujas atividades de reconstrução também constam dos planos de governo.