O aumento das reservas pode ser um sinal de esperança para o setor do turismo no Algarve, mas “a questão crítica é o transporte aéreo”, afirmou a vice-presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal esta terça-feira. Cristina Siza Vieira prevê ainda que as pequenas e médias empresas relativamente novas e pouco sólidas da região não consigam sobreviver.

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A questão crítica não é a procura, é os turistas chegarem ao Algarve”, diz Cristina Siza Vieira à Rádio Observador. “Das reuniões que temos tido com a Easyjet e do que sabíamos dos operadores, o Algarve continua a ter uma procura”, acrescenta.

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Para a vice-presidente executiva, a razão para esta procura está relacionada com vários fatores, incluindo a forma como a pandemia foi gerida. “A gestão muito eficaz da pandemia trouxe mais uma garantia de bom destino também para passar férias (…), há uma perceção de maior segurança e tranquilidade a nível sanitário”, explica.

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Questionada acerca dos impactos no setor, Cristina Siza Vieira explica que a crise gerada pela pandemia foi mais repentina quando comparada com a crise de 2008, que “foi prolongadíssima”. Em 2008, “as empresas estavam fortemente descapitalizadas, muitas delas apanharam esta crise numa altura em que estavam a crescer”, disse.

“Neste momento, o que acontece é que houve quatro/cinco anos muito bons no turismo nacional”, o que significa, segundo Cristina Siza Vieira, que “empresas que já estavam sólidas ou que aproveitaram para saldar dívidas ou fazer um investimento mais cauteloso e que continuaram com uma gestão relativamente apertada” estimam que vão conseguir atravessar este período. As empresas que estavam também a aproveitar o balanço para se expandirem, apesar de estarem um pouco mais frágeis, “têm uma garantia perante a banca”.

Já outras empresas “ainda relativamente novas e não muito sustentadas no mercado” podem ficar pelo caminho. Um cenário preocupante, uma vez que o tecido económico da região “é constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas.