O Governo reforçou esta terça-feira que a taxa de ocupação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) com cuidados diretamente relacionados com a pandemia da Covid-19 está a diminuir, referindo agora “inicia-se por isso agora um processo de recuperação de confiança das pessoas no SNS”.

Essa foi a garantia do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta terça-feira do Ministério da Saúde com a Direção-Geral de Saúde. Aquele governante referiu que a taxa de ocupação em unidades de cuidados intensivos é atualmente de 54% (289 camas vagas para 334 ocupadas), o que destaca como “um bom indicador”, embora reconheça que “toda a atividade assistencial [do SNS] foi afetada por esta pandemia”.

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“Estamos sempre preocupados, porque é matéria de grande preocupação”, acrescentou, referindo ainda noutra altura que será necessário que a propagação do novo coronavírus fique “estabilizada” para que seja possível “dar uma resposta adequada às outras patologias”. De qualquer modo, Antónion Lacerda Sales destacou com otimismo os indicadores que tem em mãos:

“Parece-me que temos aqui um espaço de algum conforto não só para acolhermos aquilo que é matéria Covid como para prepararmos também toda a nossa atividade de em cuidados intensivos”.

O secretário de Estado da Saúde voltou a apelar aos pais (dizendo-lhes que não descurassem a vacinação dos seus filhos) e aos doentes crónicos (diabéticos, hipertensos, oncológicos ou cardiovasculares) para que não “não deixem de procurar os cuidados médicos de que necessitam para manter as suas patologias controladas”.

Questionado sobre um estudo publicado na revista Ata Médica, que dá conta de um aumento de 4 a 6 vezes da mortalidade por outras doenças além da Covid-19 entre 1 de março e 22 de abril, o sub-diretor-geral de Saúde, Diogo Cruz, respondeu que não ia comentar aquela conclusão por não conhecer o estudo nem a sua metodologia. Ainda assim, referiu que de acordo com os dados da DGS houve um “incremento de 307 óbitos” entre 1 de janeiro e 25 de abril de 2020 em relação à média dos cinco anos anteriores.

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António Lacerda Sales referiu ainda que há “quase 50 empresas nacionais” que adaptaram a sua produção para produzir, com aprovação do Infarmed, equipamentos de proteção individual, como máscaras, viseiras ou luvas. “Esperamos ter ainda mais empresas e que a resposta do mercado interno às necessidades seja cada vez maior”, acrescentou o secretério de Estado da Saúde.