O Orfeão Universitário do Porto (OUP) vai transmitir uma serenata através do Facebook ao bater da meia-noite de sábado para domingo, altura em que estava planeado o arranque da Queima das Fitas do Porto, cancelada na sequência da pandemia.

Em comunicado, o Orfeão Universitário do Porto considera que, na sequência do cancelamento da Queima das Fitas do Porto por causa da pandemia, os estudantes “da Universidade do Porto terão, certamente, uma semana mais triste do que o habitual, sentindo de forma ainda mais aguda” o isolamento social.

Por isso, o OUP vai transmitir uma “pequena serenata” através da rede social Facebook “ao bater da meia-noite da madrugada de sábado, 2 de maio, para domingo, 3 de maio, altura em que a Queima das Fitas do Porto estava planeada começar”, prossegue a nota. Os fadistas e guitarristas do Orfeão Universitário do Porto “não deixarão os seus colegas finalistas sem um gesto fraterno e simbólico”, acrescenta aquela organização.

A direção da Federação Académica do Porto (FAP), com o apoio das suas associações de estudantes, anunciou, em 17 de maio, o cancelamento da Queima das Fitas do Porto 2020, avançou à Lusa fonte oficial.

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A Queima das Fitas do Porto 2020, que teve a sua génese no ano de 1920 quando finalistas de Medicina da Universidade do Porto fizeram a chamada “Festa da Pasta’, estava agendada para acontecer entre os dias 3 a 9 de maio, com o epicentro noturno da festa marcado para o Queimódromo, prevendo-se concertos de artistas variados, como Seu Jorge, Capitão Fausto ou Diogo Piçarra.

Resultado de uma decisão ponderada, conjunta e tomada depois de esgotados todos os cenários de alternativa, deliberou a direção da FAP, com o apoio das suas associações de estudantes, cancelar a Queima das Fitas do Porto 2020″, explicita um comunicado divulgado pela FAP.

A nota, assinada pelo presidente da organização, Marcos Teixeira, refere que mais do que a tristeza que a decisão possa deixar em cada um dos estudantes que respiram a “academia do Porto”, deve “ficar com o sentimento do dever cumprido”. Para a FAP, a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus vai ficar na “história da humanidade”.

A pandemia “teve a capacidade de, em pouco mais de três meses, impor mudanças colossais no nosso bem mais precioso, a nossa forma de viver. O mundo está a mudar e, naturalmente, todos somos, e devemos ser, parte dessa mudança”, sublinha o comunicado.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.  Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.