O ministro da Economia francês anunciou esta quarta-feira o controlo dos investimentos extracomunitários que superem 10% do capital de empresas francesas, em lugar de 25% atualmente, para evitar aproveitamentos de situações de fragilidade provocadas pela pandemia da Covid-19.

Numa entrevista ao canal “LCI”, Bruno Le Maire explicou que a redução para 10% do limite para investimentos extra União Europeia em grandes companhias que o Governo pode controlar se manterá “até ao final do ano” e esta foi adotada para se proteger empresas debilitadas pelo impacto da pandemia da Covid-19.

Neste período de crise, determinadas empresas estão vulneráveis. As tecnologias estão fragilizadas e poderiam ser compradas a preços baixos por concorrentes estrangeiros, eu não deixarei”, insistiu o ministro.

Atualmente, Paris tem a possibilidade de bloquear aquisições de mais de 25% do capital de empresas que operam em determinados setores considerados estratégicos, como a defesa, energia, aeroespacial, transportes e outros.

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Este limite de 25% está em vigor desde apenas o início do ano, depois de o governo ter adotado esta medida num contexto de desconfiança europeia contra determinados objetivos estrangeiros e chineses em particular. Antes o limite máximo de investimento estrangeiro era de 33,3%.

No início de abril, a Alemanha também anunciou um reforço do controlo do investimento estrangeiro, depois de o ter feito em 2019.

Le Maire também disse que o decreto sobre a proteção de empresas estratégicas será reforçado para incluir todas as do setor da biotecnologia.

O ministro sublinhou que o empréstimo garantido pelo Estado francês de 7.000 milhões de euros concedido ao grupo Air France-KLM tem uma série de condições, entre as quais a de que a empresa “tem de continuar a ser uma boa cliente da Airbus, que agora também está em dificuldades”.

Le Maire adiantou que, “se for necessário”, será dado um apoio “massivo” ao fabricante aeronáutico europeu, que hoje apresentou os resultados referentes ao primeiro trimestre, durante o qual entrou em terreno negativo, com perdas de 481 milhões de euros.