(artigo atualizado às 12h54)

Uma equipa de cientistas descobriu um “novo e bizarro mamífero” que viveu há 66 milhões de anos em Madagáscar. A descoberta, anunciada num estudo publicado esta quarta-feira na revista Nature, só foi possível a partir da análise daquele que é o esqueleto mais completo de um mamífero mesozóico já descoberto no hemisfério sul, referente ao supercontinente Gondwana.

O mamífero do tamanho de um gato viveu entre os últimos dinossauros, lê-se na BBC. É uma descoberta que desafia suposições antes feitas na teoria da evolução — neste momento da história evolutiva, os mamíferos eram geralmente muito pequenos, do tamanho de ratos.

O Adalatherium hui, como foi batizado, pesaria cerca de 3 quilos e teria 52 centímetros de altura. Os investigadores acreditam que este animal não era ainda adulto, o que significa que não teria atingido o seu tamanho máximo. O animal tinha muitos nervos ao redor do focinho, algo observado com frequência em animais escavadores.

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De referir que o termo “Adalatherium” traduzido nas línguas malgxe, que é falada por praticamente toda a população de Madagáscar, e grega remete para “animal louco”.

“Sabendo o que sabemos sobre a anatomia esquelética de todos os mamíferos vivos e extintos, é difícil imaginar que um mamífero como Adalatherium possa ter evoluído.” A sua descoberta coloca em causa muitas regras, admitiu David Krause do Denver Museum of Nature and Science, nos Estados Unidos, que liderou a investigação.

À Reuters, Simone Hoffmann, paleontólogo no New York Institute of Technology e co-autor do estudo, referiu ainda que a equipa de investigadores suspeita que alguma “da estranheza” do animal se deva à evolução isolada numa ilha. Afirmou ainda que descobrir como este animal se movimentava e alimentava é uma das partes mais fascinantes do projeto.

O esqueleto foi originalmente descoberto em 1999. À data, os cientistas não sabiam que tinham encontrado um mamífero, uma vez que julgavam ter apenas em sua posse o fóssil de um réptil antigo. O Washington Post explica que o Adalatherium foi preservado por baixo deste réptil. Um exame mais detalhado da rocha na Universidade de Nova Iorque revelou o esqueleto do Adalatherium.