O PPM dos Açores disse esta quinta-feira ser “absolutamente lógico” que se liberte, de forma urgente, as três ilhas da região sem casos das “medidas restritivas” implementadas a propósito da pandemia de Covid-19.

“A nível geográfico, o PPM considera absolutamente lógico que se liberte das medidas restritivas, de forma urgente, as três ilhas no âmbito das quais não se registaram casos Covid-19. O mesmo se deve fazer, de forma gradual, nas restantes ilhas, assim que as mesmas deixarem de registar casos ativos de Covid-19”, adiantou o deputado único do partido no parlamento açoriano, Paulo Estêvão.

A posição do PPM, a que a agência Lusa teve acesso, surge após um pedido do Governo dos Açores para que partidos e parceiros sociais abordem o roteiro avançado pelo executivo para uma saída com segurança da atual pandemia. As ilhas do Corvo (por onde Paulo Estêvão é eleito), Flores e Santa Maria continuam, até esta quinta-feira, sem ter registado nenhum caso de Covid-19.

Para o PPM, as ligações aéreas e marítimas entre as ilhas livres de Covid-19 “devem ser restabelecidas e devem ser aplicadas medidas que permitam o fortalecimento do mercado interno”. No entanto, defende que “todos os passageiros que desembarquem nas ilhas livres de Covid-19, provenientes do exterior e de ilhas que mantenham ligações aéreas com o exterior, devem continuar a ser submetidos a períodos de quarentena”.

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O PPM defende também que, no campo da prevenção, o Governo Regional deve realizar um esforço “no sentido de garantir que serão disponibilizados, às populações das diversas ilhas açorianas, produtos essenciais no âmbito do esforço individual de prevenção”, casos de máscaras, álcool ou gel desinfetante.

Desde março de 2020 que não é possível, na generalidade das ilhas, comprar este tipo de produtos. A região deverá assegurar a sua distribuição gratuita às famílias mais desfavorecidas”, é dito na missiva endereçada ao chefe do Governo Regional, o socialista Vasco Cordeiro.

O PPM sublinha ainda que se deve manter a saúde pública “como a grande prioridade da futura ação governativa”, mas a “reconstrução económica e as medidas de resgate social” na região “devem, também, ser sinalizadas como matérias prioritárias no âmbito do enquadramento de princípios realizado na proposta de roteiro apresentada” pelo executivo.

No âmbito da gradualidade do processo de desconfinamento, o prazo de um mês parece-nos excessivo”, prossegue o partido, pedindo uma revisão semanal das medidas.

Desde o início do surto foram confirmados 138 casos da Covid-19 nos Açores, 90 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 37 recuperações (23 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e uma no Pico) e 13 mortes (em São Miguel).

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas pela Covid-19, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.