A secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defendeu hoje, em declarações à Lusa, que a reabertura da restauração deve ser acompanhada de apoios e da continuidade do regime de ‘lay-off’.

O comércio local, cabeleireiros, manicures e similares, livrarias e comércio automóvel retomam atividade na segunda-feira e os restaurantes e cafés em 18 de maio, de acordo com o Plano de Desconfinamento do Governo, divulgado na quinta-feira.

Na reunião que a AHRESP teve com o primeiro-ministro, na semana passa, “tivemos a oportunidade de dizer que o setor está desejoso de abrir portas e funcionar e que, do nosso ponto de vista, tinham de ser salvaguardadas duas condições essenciais: a definição concreta de regras de segurança, de saúde e higiene, e a necessidade das empresas terem apoio”, salientou Ana Jacinto.

No caso das regras de segurança, “a AHRESP já está a desenvolver um guia”, que aguarda neste momento os contributos da Direção-Geral da Saúde (DGS), da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

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No que respeita aos apoios financeiros, a secretária-geral salienta que visam a manutenção dos postos de trabalho, mas também ajudar as empresas, que vão ter custos acrescidos na reabertura com a compra de equipamento de proteção, os quais não serão absorvidos porque não há receitas.

“Vamos abrir de uma forma muito condicionada, 50%, isso significa que vamos estar a laborar parcialmente, com equipas muito reduzidas e obviamente que não vamos ter filas de clientes à porta. A isso acrescem os custos associados a equipamentos de proteção individual, mais cuidados de higienização, tudo isto são custos numa altura em que temos as receitas a cair”, prosseguiu Ana Jacinto.

Acresce que “todas quelas moratórias que foram criadas também vão cair com a reabertura dos estabelecimentos”, apontou a secretária-geral, referindo que estas questões foram abordadas na reunião com o primeiro-ministro, António Costa, esperando a AHRESP que “os apoios venham a ser concretizados”.

Relativamente aos apoios atuais existentes, Ana Jacinto apontou que “grande maioria das empresas” que estão em ‘lay-off’ “ainda não recebeu o apoio” e já se entrou no mês de maio. Além disso, este regime só tem duração até três meses.

Destacou ainda que “todas as moratórias [criadas para o estado de emergência da pandemia] vão cair agora na reabertura”.

“O regime de ‘lay-off’ tem de continuar ou outro similar”, defendeu Ana Jacinto.

A secretária-geral da AHRESP pediu ainda “calma aos empresários”, nomeadamente devido à “confusão” que existe em redor das boas práticas de segurança, saúde e higiene que vão ter de ser aplicadas na reabertura da restauração, em 18 de maio.

“A restauração e a hotelaria pratica, há muitos anos, regras de segurança alimentar e de higiene muito apertadas e o que estamos a fazer na proposta de guia é uma intensificação dessas regras”, sublinhou.

Ana Jacinto garantiu que na proposta de guia da AHRESP não constam a compra de acrílicos, nem de termómetros.

“Nada disso está na nossa proposta, não quer com isso dizer que a DGS ou qualquer outra das entidades não venha a propor mais algumas coisas, mas por isso peço calma aos empresários”, apelou, para que não incorram em custos desnecessários.

“É nossa intenção ter o guia pronto na semana que vem para termos tempo de explicar aos empresários”, disse.

A AHRESP também está a fazer vídeos explicativos sobre as boas práticas no período de reabertura da restauração, os quais serão “amplamente difundidos” pelos seus associados, concluiu.

De acordo com o Plano de Desconfinamento, o limite da lotação dos restaurantes é de 50%, com “funcionamento até às 23:00” e com condições específicas.

ALU // CSJ

Lusa/Fim