O Governo vai recorrer a um plano negociado nos tempos da troika para fazer face à crise e financiar a distribuição de cabazes alimentares a famílias em situação de carência económica. De acordo com o jornal Expresso, serão distribuídos em maio 90 mil cabazes, o que representa um aumento de 50% face aos cabazes que foram distribuídos pelas instituições sociais em março, antes do impacto da pandemia se começar a sentir.

Trata-se de um cabaz composto por 25 bens alimentares, que será distribuído nomeadamente a trabalhadores que ficaram sem emprego ou em situação de lay-off, vendo-se agora sem rendimento para fazer face às despesas. A distribuição será feita ao abrigo do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), programa negociado no tempo da troika, entre o primeiro-ministro de então, Pedro Passos Coelho, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que recorre a verbas europeias para socorrer à “emergência alimentar” provocada pela crise.

Na altura, o programa não chegou a ser implementado, até porque houve depois uma mudança no governo português, mas há dois anos, já com António Costa no poder, foi renegociada uma verba de 220 milhões de euros que ficou alocada a esse programa de emergência para ser usada até 2023. O projeto conta agora com uma vertente de pedagogia alimentar e funciona em conjunto com 600 instituições sociais que tratam da distribuição dos alimentos entre as famílias assinaladas.

Devido à pandemia, contudo, o projeto teve ainda de ser reforçado. De acordo com o Expresso, no início do ano esta ajuda chegava a 60 mil famílias e em maio vai ter capacidade para abranger 90 mil.

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