Joe Biden quebrou finalmente o silêncio sobre as acusações de abuso sexual que uma antiga funcionária do seu gabinete no Senado, na década de 90, lhe fez. O Ex-vice presidente dos EUA nega a acusação naquela que é a sua primeira reação pública ao caso, depois de muito pressionado, dentro e fora do partido democrata, a reagir.

“Reconheço a minha responsabilidade de ter voz, ser um advogado e um líder para as mudanças culturais que têm de ser levadas acaba e que estão longe de estar terminadas”, começa por dizer Joe Biden numa publicação no Medium. E é aí que vai direto ao ponto. “Quero falar sobre as alegações de uma antiga funcionária sobre um suposto mau comportamento há 27 anos. Não são verdadeiras. Aquilo nunca aconteceu“, disse. O mesmo confirmou numa entrevista esta sexta-feira à MSNBC.

Antes, a candidatura presidencial do democrata já tinha negado as acusações, em comunicado, mas nunca na voz do próprio, que tem participado em entrevistas televisivas e em angariações de fundos virtuais nos últimos dias, mas tem mantido o silêncio. Até hoje.

Tara Reade trabalhou como assistente de Joe Biden, no Senado, entre dezembro de 1992 e agosto de 1993. O abuso de que acusa Biden terá acontecido em 1993, quando este a terá empurrado contra uma parede, tocando-lhe por baixo da camisa e da saia, segundo contou numa entrevista à Associated Press, agora com 56 anos.

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Joe Biden desafiou inclusive os Arquivos Nacionais a divulgarem qualquer queixa existente em relação a ele naquele época. Numa entrevista ao programa “Morning Joe”, da MSNBC, o presumível candidato democrata que irá defrontar Donald Trump nas eleições de novembro negou tudo. “Não é verdade. Estou a dizer de forma inequívoca que nunca, nunca aconteceu”.

Na entrevista, Biden afirmou que todas as mulheres têm direito de ser ouvidas quando surgem estas legações, e afirmou inclusive que os factos têm de ser examinados. Mas garantiu de forma insistente que, neste caso, as alegações não aconteceram. “Ponto final”.

Com o aproximar das eleições presidenciais, agendadas para 3 de novembro e em que o opositor será o atual Presidente, Donald Trump, o tema tornou-se particularmente sensível. O silêncio de Biden não ajudou e, nos últimos dias, houve até críticas a surgir dentro do próprio partido pela lentidão de resposta do presumível candidato democrata à Casa Branca no meio de uma polémica desta gravidade. E levou mesmo Nancy Pelosi, a porta-voz do Congresso, democrata, a ser acusada de “hipocrisia” por ter afirmado que estava satisfeita com a resposta do candidato presidencial ao caso. Pelosi foi acusada de ter dois pesos e duas medidas.