O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis considera que Mário Centeno “está a fazer um trabalho realmente bom” na resposta à crise da covid-19, tanto como ministro das Finanças português, como enquanto presidente do Eurogrupo.

Sublinhando a “forma confiante e competente” como Centeno tem dirigido os trabalhos do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro na resposta de emergência à crise provocada pela pandemia, o vice-presidente executivo com a pasta de “Uma Economia ao Serviço das Pessoas”, em entrevista à Lusa, escusa-se, no entanto, a pronunciar-se sobre uma eventual recondução do ministro português como presidente do Eurogrupo, por motivos “institucionais”.

“Centeno está a fazer um trabalho realmente bom na resposta à crise em Portugal, mas também na resposta à crise na Europa, tendo facilitado um acordo sobre um pacote substancial de resposta à crise”, apontou, referindo-se ao compromisso alcançado em 09 de abril no Eurogrupo em torno de três “redes de segurança” para apoiar Estados, empresas e trabalhadores, num montante global de 540 mil milhões de euros.

Estimando que o presidente do Eurogrupo “está de facto a fazer um bom trabalho, a organizar esta resposta à crise de uma forma confiante e competente”, Dombrovskis sublinhou que Mário Centeno irá agora “trabalhar também na parte da recuperação”.

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Expressando “apreciação também a nível pessoal”, dado ambos manterem “uma muito boa cooperação já há muitos anos”, Dombrovskis escusa-se no entanto a comentar uma eventual recandidatura do ministro das Finanças português a um segundo mandato — o atual chega ao fim dentro de dois meses e meio –, por questões institucionais.

“Quanto a essa questão, terei de ser institucional, porque a Comissão Europeia não faz parte do processo de seleção ou eleição do presidente do Eurogrupo. É algo que cabe aos membros da zona euro e, desse ponto de vista, a Comissão Europeia não tem papel direto a desempenhar neste processo”, apontou.

Eleito em 04 dezembro de 2017 para suceder ao holandês Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo, Mário Centeno iniciou o seu mandato de dois anos e meio em 12 de janeiro de 2018, não tendo ainda revelado se tenciona candidatar-se a um segundo mandato.