A Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD) considerou este domingo que estes serviços devem retomar atividade de “forma faseada” e ser imposta quarentena obrigatória a todos os documentos consultados ou emprestados, para impedir a contaminação por covid-19.

Além disso, e numa primeira fase, a associação entende que deverão continuar vedadas a leitura e a consulta presencial, na “esmagadora maioria” dos equipamentos.

Na segunda-feira, as bibliotecas e arquivos, por todo o país, vão poder reabrir, fazendo parte das atividades que integram a primeira fase do plano nacional de desconfinamento, definido na quinta-feira pelo Governo de António Costa.

Numa tomada de posição publicada na sua página, a associação adiantou que, apesar do confinamento social, poucos arquivos encerraram, tendo a sua maioria mantido a disponibilização de documentos em suporte digital e o fornecimento de serviços internos.

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Um “número muito considerável” de bibliotecas manteve também os seus serviços a funcionar à distância, através da consulta de recursos digitais e da partilha e produção de conteúdos ‘online’ e, algumas delas, continuaram mesmo a realizar o serviço de empréstimo domiciliário de documentos, mas de forma adaptada, recorda a BAD.

Defendendo a quarentena obrigatória de todos os documentos consultados ou emprestados, para impedir uma possível contaminação, os bibliotecários, arquivistas e documentalistas defendem ainda a inibição do livre acesso às estantes.

A segurança de todos os trabalhadores deve ser uma prioridade, devendo ser garantida a existência de equipamento de proteção individual pelas entidades empregadoras, defendem.

“Devem ser previamente garantidas as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), nomeadamente a lotação máxima reduzida, o controlo de acessos, o trabalho parcial com horários desfasados, privilegiando sempre que possível o teletrabalho, o distanciamento físico, a etiqueta respiratória, a higienização regular dos espaços e dos materiais e proteção de trabalhadores e de utilizadores”, sublinhou.

A BAD vincou que os serviços devem se retomados “de forma faseada”, devendo todas as decisões ser avaliadas, pelo menos quinzenalmente, e só após estarem garantidas e serem comunicadas aos trabalhadores e à população todas as condições de trabalho e os procedimentos na prestação de serviços ao público.

A associação remete ainda para as orientações da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), publicados no início do confinamento, em março, e atualizados na semana passada.

O limite do número de trabalhadores, através da rotação das equipas, “que asseguram funções não compatíveis com o teletrabalho”, a desinfeção dos documentos, sempre que possível, ou a sua quarentena (até um período máximo de nove dias), a desinfeção de superfícies de contacto (balcões, mesas, computadores, material de escritório), a desinfeção regular das mãos e o uso de proteção individual, como luvas e máscaras, são algumas das orientações publicadas pela DGLAB.

A disponibilização à porta da biblioteca ou ‘ao postigo’ (em ‘take-away’ ou ‘drive-thru’) são outras possibilidades.

A DGLAB recorda ainda que, em muitos casos, serão os municípios a definir os modos de funcionamento, apelando a que sejam seguidas as orientações da DGS e das autoridades locais de saúde, como o limite máximo do número de pessoas nos espaços da biblioteca ou do arquivo, assim como na entrada do edifício (regra de ocupação máxima indicativa de 0,04 pessoas por metro quadrado de área) além do distanciamento social (mínimo de dois metros).

Desde meados de março, quando foi decretado o estado de emergência para conter o novo coronavírus, que o setor da cultura está praticamente parado.