As autoridades de Macau informaram neste domingo que receberam centenas de queixas sobre a subida de preços no comércio após a estreia do cartão de consumo eletrónico criado pelo Governo para relançar a economia afetada pelo surto da covid-19.

A maioria das queixas diz respeito a preços inflacionados nos supermercados, mas segundo as autoridades não foi detetada para já uma relação entre os aumentos e o dia em que começaram a ser usados os cartões de consumo eletrónico, sendo que em 48 horas o volume de compras efetuadas com estes vales atingiu as 125 milhões de patacas (14,2 milhões de euros).

As inspeções efetuadas concluíram até ao momento que os valores inflacionados foram justificados com o ajustamento de preços normal no início do mês, que coincidiu com um feriado, bem como por falhas dos trabalhadores.

Contudo, na conferência de imprensa diária de acompanhamento da covid-19, as mesmas autoridades apelaram aos comerciantes que colaborassem na estabilização dos preços e que garantissem o reforço de pessoal que permita eliminar estas falhas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A criação de um cartão de consumo eletrónico foi uma das medidas tomadas pelo Governo de Macau para relançar a economia e ajudar a população. Entre maio, junho e julho cada residente de Macau tem direito a três mil patacas (340 euros) para gastar no comércio local. Ainda este ano, a partir de agosto cada residente vai beneficiar ainda de mais cinco mil patacas (570 euros).

Na mesma conferência de imprensa, as autoridades anunciaram que mais um paciente recebeu alta hospitalar, permanecendo agora seis pessoas internadas a receberem tratamento para a covid-19.

A partir de janeiro, Macau começou por registar uma primeira vaga de 10 casos. Depois de 40 dias sem identificar novos casos, o território detetou a partir de 15 de março mais 35, todos eles importados. Macau não regista novos casos desde 09 de abril.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 241 mil mortos e infetou cerca de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.