Ronald Koeman, selecionador holandês e antigo treinador do Benfica, foi este domingo hospitalizado com problemas cardíacos. Segundo o Telegraaf, o técnico de 57 anos sentiu-se mal em casa e foi transportado de ambulância para um hospital de Amesterdão, onde acabou por ser submetido a um cateterismo. Segundo a mulher de Koeman, Bartina, a rapidez com que o treinador chegou ao hospital e a veloz ação dos profissionais de saúde acabaram por ser cruciais e o holandês está agora estável.

Koeman é selecionador holandês desde fevereiro de 2018 e chegou com a Holanda à final da Liga das Nações do ano passado, onde perdeu com Portugal no Estádio do Dragão. O treinador tem sido responsável por uma renovação da seleção holandesa, que iniciou um novo ciclo depois de falhar a qualificação para o Mundial 2018 e assenta agora na nova geração liderada por Van Dijk, De Ligt, De Jong e companhia.

A nova geração que tapou os ouvidos, ganhou Mecânica e fez renascer a Laranja (o 3-0 da Holanda à Alemanha)

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Antes, e durante uma carreira de treinador que começou em 2000, Ronald Koeman treinou Vitesse, Ajax, Benfica, PSV, Valencia, AZ Alkmaar, Feyenoord, Southampton e Everton. Passou por Portugal e pela Luz na temporada 2005/06, para substituir o italiano Giovanni Trapattoni, que na época anterior tinha levado os encarnados até à conquista da Primeira Liga pela primeira vez em 11 anos. Com o Benfica, Koeman não conseguiu melhor do que um terceiro lugar no Campeonato, a mais de dez pontos do campeão FC Porto, chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões, onde foi eliminado pelo Barcelona, e não passou dos quartos da Taça de Portugal, onde perdeu com o V. Guimarães. Ainda assim, logo no início da temporada, conquistou a Supertaça Cândido de Oliveira frente ao V. Setúbal, com um golo solitário de Nuno Gomes. Acabou por sair no final da época, depois de acordar os termos com Luís Filipe Vieira e na sequência do interesse do PSV.

Como jogador, Ronald Koeman foi campeão com o Ajax na temporada 1984/85, enquanto parte de uma equipa treinada por Johan Cruyff, e voltou a conquistar a liga holandesa ao serviço do PSV em três anos consecutivos (1987, 1988 e 1989), vencendo ainda a Taça dos Campeões Europeus. Mudou-se depois para o Barcelona, onde foi tetracampeão espanhol (1991, 1992, 1993 e 1994) e voltou a ganhar a Taça dos Campeões Europeus (em 1992, tendo marcado o golo da vitória na final contra a Sampdoria). Regressou ainda à Holanda para representar o Feyenoord, onde acabou por terminar a carreira, em 1997. Na seleção, e em conjunto com Van Basten, Gullit e o irmão mais velho Erwin Koeman, fez parte da mítica equipa que em 1988 conquistou o Campeonato da Europa, comandada por Rinus Michels. Participou ainda nos Mundiais de 1990 e 1994 e no Europeu de 1992.

O treinador holandês foi notícia há pouco tempo, a meio de janeiro, quando o Barcelona despediu Ernesto Valverde. Antiga glória dos blaugrana, Koeman foi dado como um dos preferidos do presidente Josep Maria Bartomeu para suceder a Valverde no comando técnico catalão. Terá recusado a ideia e Quique Setién foi o escolhido pela direção do Barcelona. Mais tarde, disse que “não era o momento” de rumar a Camp Nou e garantiu que estará na seleção holandesa “pelo menos” até ao fim do Europeu, agora agendado para o verão de 2021.