O PCP dos Açores defendeu esta segunda-feira medidas urgentes complementares que permitam apoiar os produtores regionais e as produções locais, como legumes, carne e leite, e ainda o setor da pesca, particularmente afetados desde o inicio da pandemia.

“É urgente toda a defesa da economia e produção regional, e que sejam adquiridos os queijos, as frutas, os legumes, a carne, o leite, os iogurtes que são produzidos pelos produtores locais para que o rendimento dos mesmos não sofra quebras irreparáveis”, sublinha, numa nota de imprensa, a direção regional (DORAA) do PCP/Açores.

Para fazer face à situação decorrente da Covid-19, o partido defende “o reforço dos apoios aos produtores de hortícolas e frutícolas, a criação de condições necessárias para os produtores de carne e leite receberem o valor justo pelo que produzem”, com o reforço do “apoio ao consumo dos produtos regionais”.

O partido liderado na região por Marco Varela quer ainda a criação de “mecanismos de proteção do rendimento dos agricultores, valorizando devidamente a qualidade e a especificidade dos produtos açorianos, garantindo a sustentabilidade da agricultura regional e a riqueza que gera para os Açores”.

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“A situação criada pelo Covid-19 veio demonstrar a importância da produção regional e a necessidade da diminuição da dependência externa”, frisa o PCP/Açores, considerando que as medidas implementadas “precisam de ser acompanhadas por outras que garantam a manutenção dos postos de trabalho, os rendimentos da população e a salvaguarda das pequenas e médias empresas”.

A DORAA do PCP considera também fundamental “garantir níveis de aprovisionamento de bens capazes de dar resposta adequada face a situações de vulnerabilidade”, destacando “a forma persistente” como os agricultores continuam a assegurar o abastecimento do mercado com os produtos regionais.

Para a estrutura partidária, as preocupações centram-se ainda no setor da pesca, considerando que as medidas adotadas “precisam de ser acompanhadas por outras específicas” que “garantam a manutenção dos postos de trabalho, os rendimentos e a salvaguarda deste setor”.

O setor das pescas teve uma quebra de cerca 80% do seu rendimento desde do início da epidemia” e dele “dependem diretamente milhares de postos de trabalho, bem como outras atividades relacionadas, entre as quais uma indústria transformadora de dimensão relevante”, alerta.

O “receio de contágio, a dificuldade de acesso a equipamentos individuais de proteção sanitária, falta de informação específica adequada para a salvaguarda da saúde da atividade da pesca” são problemas que o setor enfrenta devido à pandemia, a que acrescem “dificuldades do escoamento do pescado por via aérea de todas as ilhas”, apontam os comunistas.

Até ao momento, já foram detetados nos Açores um total de 143 casos, com 53 recuperados, 14 óbitos e 76 casos positivos ativos, dos quais 58 são em São Miguel, dois na ilha Terceira, quatro na Graciosa, dois em São Jorge, cinco no Pico e cinco no Faial.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.043 pessoas das 25.282 confirmadas como infetadas, e há 1.689 casos recuperados, de acordo com o balanço de domingo da Direção-Geral da Saúde.